Antecipar voo de Marcelo na TAP? Ventura fala em "crime de tráfico de influência"
Para o líder do Chega, a reunião realizada na véspera da audição de janeiro "mostra bem a falta de ética e a cumplicidade que existe nesta investigação".
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Apesar de saber que a decisão "cabe ao Ministério Público", André Ventura considerou, esta quarta-feira, que o pedido para antecipar o voo de Marcelo na TAP poderá configurar "crime de tráfico de influências".
"Tenho as maiores dúvidas de que não estejamos perante um crime de tráfico de influência", disse Ventura em conferência de imprensa.
"A tentativa abusiva de influenciar o funcionamento de uma companhia aérea, alterando um voo apenas foi bloqueada pelo bom senso aparente da Presidência da República e da própria CEO" defendeu.
Em causa está um e-mail do ex-secretário de Estado das Infraestruturas Hugo Mendes, a pedir para adiar um voo de Moçambique, que tinha como passageiro o Presidente da República, que, alegadamente, precisava de ficar mais dois dias em Maputo.
Segundo o e-mail, Hugo Mendes sublinhava que era importante manter Marcelo Rebelo de Sousa como aliado da TAP.
Para o líder do Chega, a reunião realizada na véspera da audição de janeiro, na comissão de economia, da presidente executiva da TAP e na qual estiveram presentes membros dos gabinetes de diferentes Ministérios e do grupo parlamentar do PS, "mostra bem a falta de ética e a cumplicidade que existe nesta investigação". Ventura sublinhou ainda que Carlos Pereira "não tem condições para continuar na comissão de inquérito".
"Foi uma reunião clandestina e secreta para procurar condicionar depoimentos. Não surpreende, é a forma de funcionar do PS", afirmou.
De acordo com a CEO da TAP, esta reunião terá partido da iniciativa do gabinete do Ministro das Infraestruturas, que na altura já era João Galamba.
André Ventura considerou que "fica por explicar o que levou Medina a nomear Alexandra Reis para a NAV, depois de saber tudo o que sabia sobre a sua participação na TAP".
Segundo o presidente do Chega, António Costa e Eurico Brilhante Dias têm dar dar explicações. "As consequências políticas são evidentes, não se podem remeter ao silêncio".
"Cada dia que Medina continua no cargo é mais um dia de descrédito no Governo", finalizou.