Líder do Livre diz que Costa teme que a "alternativa viável seduza o eleitorado".
Corpo do artigo
O líder do Livre acusou esta quinta-feira o secretário-geral socialista de "ter medo" da "ecogeringonça" porque esta é uma solução que afasta PS da maioria absoluta, apesar de estar "a fazer caminho" entre o eleitorado.
"António Costa tem medo que essa alternativa [a ecogeringonça], que é uma alternativa viável, seduza o eleitorado e que o afaste da maioria absoluta e tem razão em ter medo", afirmou Rui Tavares, no Porto, numa ação de campanha na qual reuniu com várias associações de estudantes universitários da área da Saúde.
TSF\audio\2022\01\noticias\20\rui_tavares_ps_tem_medo
No debate das rádios, esta manhã, António Costa apontou como "linha vermelha" para um entendimento entre PS e o partido de Rui Tavares o facto de, segundo ele, o Livre "encarar com grande abertura" o recurso à energia nuclear.
Questionado sobre se ficou surpreendido com aquele "ataque" por parte do líder socialista, Rui Tavares explicou que ficou "agradado", fazendo uma leitura política da investida de Costa: "Não só não fiquei surpreendido como fiquei agradado porque demonstra que a solução da "ecogeringonça" está a fazer o seu caminho no eleitorado".
A ideia de uma "ecogeringonça" foi avançada pelo dirigente do Livre e pretende juntar PS, PAN, Livre e até o PEV num compromisso com vista à formação de governo após as legislativas de dia 30.
Ainda sobre a energia nuclear, Rui Tavares reafirmou que o Livre é contra centrais nucleares em Portugal, porque "são caras, são perigosas", e desafiou António Costa a posicionar-se a nível europeu sobre o tema.
"O que é preciso é questionar o Governo português acerca da maneira com a excessiva flexibilidade com que deixou a Comissão Europeia pusesse a energia nuclear e o gás natural na taxonomia das energias sustentáveis, com muita pressão de estados membros como a França, que produz energia nuclear", disse.