Apifarma: Dívidas podem levar «muitas empresas» a suspender crédito a hospitais devedores
A indústria farmacêutica considera que «não é de estranhar» que muitas empresas tenham de alterar a sua relação comercial com os hospitais públicos por causa das dívidas, tal como fez hoje a Roche, que suspendeu o crédito a 23 hospitais.
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Apesar de ressalvar que «a política comercial das empresas associadas da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) é da responsabilidade exclusiva das mesmas», a Apifarma alerta para «as consequências do aumento das dívidas às empresas».
«Perante o valor atingido pelas dívidas dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde às empresas farmacêuticas - 1.270,6 milhões de euros em dezembro de 2011 e um prazo médio de pagamento de 476 dias - não é de estranhar que muitas empresas tenham necessidade de alterar a sua relação comercial com os hospitais públicos», lê-se no comunicado da Apifarma.
Para a indústria farmacêutica, «as consequências deste elevado valor em dívida são graves e têm impacto não apenas na atividade das empresas, mas, sobretudo, nos doentes».
A Apifarma alerta ainda para o «crescente risco de falhas de medicamentos no mercado resultantes da inviabilidade de manter produtos já comercializados, o que pode colocar em causa a equidade e o acesso da população aos medicamentos, um tratamento adequado, assim como um diagnóstico apropriado e uma correta monitorização dos doentes».