O recém-eleito líder da CGTP desafiou os trabalhadores a confrontarem os deputados de cada distrito sobre o acordo de concertação social, que classificou de «monstruosidade».
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Numa intervenção proferida na sessão de encerramento do XII Congresso da CGTP, Arménio Carlos afirmou ser «preciso que em cada distrito, o movimento sindical identifique os deputados que foram eleitos a representar os trabalhadores e a população desse distrito e os confronte com estas mal-feitorias e lhes diga que não estão lá a representar os trabalhadores para legislar contra eles».
Arménio Carlos garantiu que «a luta vai continuar, nas empresas e na rua. Por mais longínquo que esteja dos grandes centros, temos que lá estar, temos que lá ir, temos de estar onde estão os trabalhadores a precisar do nosso apoio e da nossa acção».
Sobre as recentes tensões entre as duas centrais sindicais, o novo secretário-geral da CGTP sublinhou que a concertação é feita pela bases não pelas direcções.
«Muito se tem falado nestas questões, se estamos zangados uns com os outros, se não estamos, é assim. A única coisa que vale a pena relembrar é que a unidade na acção não é feita por cima. A CGTP hoje mais do que nunca defende e apela à unidade na acção com todos os trabalhadores, independentemente da sua filiação sindical», sublinhou.
Arménio Carlos saudou o desapego do poder que demonstram aqueles que saem da direcção da Inter, frisando que alguns têm mais protagonismo mediático mas o que conta é o trabalho de "formiguinha".
«Há sempre um ou uma camarada, ou alguns ou algumas camaradas mais mediatizáveis. Mas esta CGTP não é o que era se não tivesse o trabalho de 'formiguinha' daqueles que nunca aparecem na comunicação social, mas estão lá todos os dias», lembrou.
Num comentário à proposta alemã, Arménio Carlos ironizou que qualquer dia a chanceler alemã ditará sentenças sobre Portugal.
«A senhora Merkel e a Alemanha já têm o descaramento de anunciar publicamente que agora são eles que controlam a economia e as finanças da Grécia. Não tardaria que também aqui em Portugal tivéssemos a senhora Merkel a mandar em vez dos portugueses a decidir o seu futuro», criticou Arménio Carlos.