"Estimativas não apontam para abrandamento prolongado nem profundo" da economia na UE
Fernando Medina afirma que os oito mil milhões de euros para a construção do novo aeroporto não terão impacto orçamental e "não virão dos cofres do Estado".
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O ministro das Finanças, Fernando Medina admite que deixa "muita coisa por fazer" no ministério, lembrando, por exemplo, que a decisão sobre o novo aeroporto é uma das que "caberá ao próximo Governo". No dia em que o Governo entra em gestão, Medina diz acreditar que o país fica "em condições" de escapar ao impacto do abrandamento económico na União Europeia.
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"As nossas estimativas e indicações que temos tido, felizmente, até agora, não apontam para que [o abrandamento da economia europeia] seja nem muito prolongado nem muito profundo", afirmou o ministro, salientando que "do ponto de vista orçamental, o país tem os instrumentos para fazer as escolhas relativamente àquilo que são as condições e os meios para fazer face àquilo que são as forças de abrandamento", afirmou.
A falar em Bruxelas, à margem da reunião do Eurogrupo, Medina nomeou a decisão sobre um futuro aeroporto para servir a capital como uma das decisões que "caberá" ao próximo Governo.
"A Comissão Técnica apresentou os seus estudos, caberá agora ao próximo Governo decidir, não só da localização que entenda relativamente ao novo aeroporto, e também fazer as escolhas face àquilo que são as condições e os meios para a sua concretização", disse.
Questionado sobre se as finanças do país estão em condições de acomodar o impacto dos custos da construção do novo aeroporto, Fernando Medina remeteu para as conclusões da Comissão Técnica, recordando que "para o financiamento desses oito mil milhões não são necessários recursos públicos na medida em que a operação do novo aeroporto é só por si uma operação lucrativa e, por isso, esses oito mil milhões de euros não virão dos cofres do Estado".
Sobre a rejeição da ANA, a empresa que faz a gestão dos aeroportos portugueses, relativamente à localização de Alcochete, Fernando Medina afirma que é um tema sobre o qual não se pronuncia e "deve ser um assunto que o próximo Governo irá ter que decidir, gerir, executar e concretizar e sobre o qual eu não me quero pronunciar".