Fernando Medina diz que "os últimos oito anos foram um dos períodos de maior progresso e desenvolvimento do país".
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O ministro das Finanças defendeu esta quarta-feira que o "milagre económico" de Portugal não está nos "santos", mas nas "boas políticas" implementadas pelo Governo e que a subida de salários não teria existido com a direita no poder.
No discurso de encerramento do debate do Orçamento do Estado para 2014 (OE2024), o ministro das Finanças, Fernando Medina, em jeito de balanço, considerou que, sob qualquer prisma, "os últimos oito anos foram um dos períodos de maior progresso e desenvolvimento do país".
O governante recordou que há poucos dias o prémio Nobel da Economia Paul Krugman classificou Portugal como um "milagre económico", um argumento diversas vezes utilizado no debate das propostas de alteração orçamentais na especialidade do Orçamento, para defender que "a resposta não está nos santos, está nas boas políticas".
"São as boas políticas que fazem os bons resultados. Temos bons resultados porque temos boas políticas", afirmou.
Para Medina, "o sucesso" da atual governação "assentou na destruição dos pilares fundamentais" dos partidos à direita do PS, destacando a subida dos salários como uma marca que o executivo deixa: "Não existiria se a direita estivesse no poder."
O ministro comparou as políticas do PS com as da direita, lembrando que há dois anos, o PSD defendia que o salário mínimo não deveria subir. Há uma subida do salário mínimo de 315 euros desde 2015, o que "ajudou ao aumento dos salários médios do país".
"Precisamos de ir mais longe? Sim. Mas fizemos o que os partidos da direita nunca teriam realizado", atirou, continuando a lembrar as propostas do PSD, ainda do tempo de Rui Rio, quando o então líder do partido defendia que a descida do IRS só seria previsível em 2024.
Comparando os resultados da economia portuguesa com a Alemanha e com a França, Medina notou que estes são melhores indicadores do que "comparando com Roménia", numa referência às críticas da oposição: "Em suma, a estratégia económica da direita foi derrotada."
A política do Governo "funciona", com base em emprego qualificado, e o défice também acaba reduzido durante o tempo de Costa. Medina lembrou o aumento da dívida durante tempo de Passos Coelho: "Falharam." Também os "dogmas da esquerda" foram vencidos, e o PS "foi conquistando a credibilidade financeira do país".
Medina pede memória aos pensionistas: "A direita disfarçou ao que vem, mas o disfarce cairá"
Fernando Medina defendeu ainda que "os resultados da boa política estão à vista", com menos dívida o que significa que o país pagará menos juros. O país vai aprovar "o orçamento mais ambicioso da Europa", defende Medina, depois de aprovar várias medidas para responder à inflação.
"Redução da dívida não é capricho nem fetiche", atirou.
Recuando à pandemia e à guerra, o ministro notou que "o estado social" ocupou grande parte da estratégia, para assegurar "dignidade" aos portugueses.
Medina incitou os portugueses "a não esquecerem o que o PSD fez às pensões", apesar das novas propostas de Montenegro. O ministro considera que o PSD quer "entregar aos privados dezenas de milhões de euros dos portugueses".
"A direita disfarçou ao que vem, mas o disfarce cairá, porque esta é a sua verdade política", acrescentou.
O ministro lembrou que o Governo "subiu pensões em todos os anos" e em 2024 "há o maior aumento de sempre", já que o PS "acredita na segurança social publica".
"Não faltam desafios na educação", mas há avanços desde 2015, como os manuais gratuitos ou a vinculação de milhares de professores. Também na saúde, Medina admite que há trabalho por fazer.
O Governo enfrentou também "quem nega as alterações climáticas", referindo que estão no Parlamento, com os passes gratuitos para estudantes até aos 23 anos.
"Alguma destas políticas teria acontecido com a direita? A resposta está no que foi feito", apontou.
Austeridade "derrotada" e oito anos com guerras "difíceis de imaginar"
No que toca a um novo balanço, Medina falou da Europa, lamentando que a esquerda "desconfie" do projeto europeu e a direita "é submissa às linhas crescentemente radicais".
Recusando "a xenofobia e quem rejeita a integração" de migrantes, o PS defendeu que "a migração é positiva e necessária. Portugal conta com 14 por cento de trabalhadores estrangeiros e "todos têm de ser tratados com dignidade".
A austeridade "foi derrotada" e o país "virou a página da pandemia", apesar de oito anos com guerras "difíceis de imaginar". Medina disse que o Governo "esteve sempre seguro e convicto das capacidades dos portugueses.
"Lado a lado com os portugueses, sempre", concluiu.