Habitantes do Bairro da Jamaica esperam ser realojados há anos. A medida começou a ser colocada em prática no fim de 2018 e, segundo a Câmara do Seixal, deverá estar concluída em 2022.
Corpo do artigo
O Bairro da Jamaica tem sido, na última semana, o tema central em Portugal. 600 pessoas moram nos prédios inacabados do Seixal, desde a década de 90, e em condições precárias.
Os tijolos por pintar escondem casas de quem vive ali desde que chegou a território nacional, numa altura em que fugiam dos seus países de origem, maioritariamente africanos, em busca de melhores condições de vida.
Os moradores esperam há anos por um realojamento e este começou no mês de dezembro, em que várias famílias deixaram um dos lotes e passaram a viver noutras zonas do concelho. O realojamento deverá prolongar-se até 2022, altura em que não deve haver pessoas a morar no bairro e em que os prédios estarão todos demolidos.
A Câmara Municipal do Seixal assegura que "objetivo final" deste acordo é a "integração destas famílias na malha urbana do concelho, evitando a criação de novos bairros sociais e ajudando estas pessoas a iniciar uma nova vida com os direitos e as responsabilidades comuns a todos os cidadãos".
Os holofotes no Bairro da Jamaica 'ligaram-se' no passado fim de semana, num incidente com agressões entre polícia e cidadãos, onde cada uma das partes aponta o dedo à outra em relação às culpas. O tema do racismo voltou a estar em cima da mesa e, desde esse dia, muitas têm sido as notícias e opiniões sobre o caso.
LEIA MAIS:
- Emanuel não quer mudar de bairro. Mas gostava que o bairro mudasse
- A Avenida da Liberdade não é para negros
- "Mais dia menos dia", Marcelo Rebelo de Sousa vai ao bairro da Jamaica
- Carlos César condena BE por "acirrar ânimos" e perturbar ação da polícia
- "Estamos habituados, em Portugal, a ver os pobres como pessoas geralmente dóceis"
- "Há um sentimento de discriminação" no Bairro da Jamaica
- Único detido no Bairro da Jamaica quer levar polícias à Justiça