Depois de Passos Coelho ter falado num «desvio colossal» nas contas públicas, Francisco Assis recomendou cautela ao primeiro-ministro e António José Seguro recusou-se a comentar.
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Instado a comentar o facto de Passos Coelho ter dito, no Conselho Nacional do PSD de terça-feira, que o Governo encontrou um «desvio colossal em relação às metas estabelecidas» para as contas públicas, segundo uma fonte do partido, António José Seguro disse que só comenta quando ouvir o líder do Governo de viva voz.
«Não ouvi nenhumas palavras do primeiro-ministro. Não comento fontes. Quando eu ouvir o senhor primeiro-ministro falar sobre esse assunto publicamente, eu responderei», disse, prometendo silêncio até lá. «Habituem-se», recomendou aos jornalistas.
Apesar de cauteloso, Francisco Assis foi um pouco mais longe nas palavras. «Fazer comentários é uma coisa perigosa na vida politica, é preciso ter algum cuidado», começou por dizer.
O antigo líder parlamentar do PS afirmou que «um primeiro-ministro deve comportar-se como primeiro-ministro em todas as circunstâncias».
Passos Coelho deve ter consciência que «já não é líder da oposição» e que «as afirmações de um primeiro-ministro têm consequências, também na imagem externa do país».
«Não vou fazer considerações sobre coisas que não foram ditas em directo», rematou.
Estas declarações foram proferidas esta quarta-feira, antes do debate entre os dois candidatos à liderança do PS, no Hotel Altis, em Lisboa, que conta com uma plateia vasta, na qual não podem estar jornalistas.