Cabrita apoia Pedro Nuno por ser "alternativa" e considera "lamentável" que Carneiro abra porta ao PSD
À TSF, Eduardo Cabrita alerta para uma possível "diluição" socialista. O antigo ministro é apoiante de Pedro Nuno Santos.
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Eduardo Cabrita considera lamentável que José Luís Carneiro admita viabilizar um governo minoritário do PSD. O antigo ministro é apoiante de Pedro Nuno Santos, nas diretas do PS, e defende que só o jovem turco assegura "uma alternativa progressista" ao país. Alerta ainda que o PS corre o risco de "diluição" se abrir a porta ao diálogo com o PSD.
É a pensar numa alternativa política ao PSD e à direita que Eduardo Cabrita apoia Pedro Nuno Santos à sucessão de António Costa e, em declarações à TSF, não poupa nas palavras. O socialista distingue as duas candidaturas: de um lado Pedro Nuno Santos e do outro José Luís Carneiro.
"A escolha entre uma alternativa de transformação progressista e uma alternativa assente numa dependência estratégica de um PSD em clara desagregação, de forças de direita e extrema-direita", compara.
Ou seja, Eduardo Cabrita antevê que o PS ficará dependente do PSD, caso José Luís Carneiro vença as eleições de 15 e 16 de dezembro, embora admita que deve existir diálogo com os social-democratas em temas centrais, como a revisão constitucional (menos para a formação de governos).
José Luís Carneiro admitiu, em entrevista à TVI, viabilizar um governo minoritário do PSD para evitar uma coligação governativa com o Chega, mas Eduardo Cabrita não gostou do que ouviu: "Parece-me tão lamentável como quando António José Seguro admitia a possibilidade, depois da demissão irrevogável, de o PS deixar de ser alternativa à direita".
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"Provou-se em 2014 e em 2015 que António Costa tinha razão. É esse o caminho que daremos continuidade com Pedro Nuno Santos", afirma, lembrando que o candidato foi o pivô do diálogo com a geringonça no primeiro Governo de António Costa.
Eduardo Cabrita alerta também para uma possível "diluição" socialista, se o partido se encostar ao PSD, voltando a frisar que Pedro Nuno Santos "corresponde à salvaguarda do PS como alternativa". Do outro lado, naquela que é entendida como a ala moderada, existe "o risco de diluição".
"Os acordos são importantes em democracia, mas a democracia é feita de alternativas", acrescenta.
Pedro Nuno Santos "tem experiência de diálogo político e mostrou-o entre 2015 e 2019" e, para Eduardo Cabrita, os quatro anos do primeiro Governo de António Costa "foram o tempo decisivo na afirmação da diferença política dos últimos dez anos".
Eduardo Cabrita apoia Pedro Nuno Santos desde a primeira hora e foi um dos socialistas que marcou presença na apresentação da candidatura do jovem turco, no Largo do Rato. O antigo governante é um nome próximo de António Costa, e desempenhou funções nos recentes Executivos socialistas entre 2015 e 2021 (foi ministro Adjunto entre 2015 e 2017 e ministro da Administração Interna entre 2017 e 2021).