O PCP escreveu a Assunção Esteves a propor que haja tolerância de ponto no Carnaval na Assembleia da República, que tem autonomia para organizar os seus trabalhos.
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O PCP lembra que o Parlamento dispõe de total autonomia em relação à organização dos trabalhos e que o facto de não ter sido dada tolerância de ponto aos funcionários públicos na terça-feira de Carnaval não implica que a Assembleia da República tenha de proceder de forma idêntica.
Os deputados comunistas sublinham que o Parlamento não é um departamento ao serviço da tutela governamental, mas sim um órgão de soberania.
«A Assembleia da República não tem de estar refém daquilo que são os discursos e a propaganda do Governo e, sobretudo, das opções erradas que o Governo assume penalizando os trabalhadores e procurando também, com a eliminação destas tolerâncias de ponto, poupar na compensação que é paga aos trabalhadores que têm de trabalhar nesses dias», disse João Oliveira.
Para o comunista, a tradição de dar tolerância de ponto no Carnaval deve ser respeitada, como tem acontecido em anos anteriores.
Na carta, o PCP lembra o despacho de tolerância assinado por Durão Barroso enquanto primeiro-ministro, onde o antigo governante considerava ser necessário permitir a participação das pessoas em eventos que têm assinalável expressão económica e social em algumas localidades do país.
Se o pedido não for ouvido pela presidente da Assembleia da República, o PCP diz que irá adequar a agenda parlamentar.