Caso das gémeas: "Quando digo que não me lembro é porque, genuinamente, não me lembro mesmo"
O antigo governante solicitou ao ministério o envio de documentos porque "precisa de factos para se tentar relembrar".
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António Lacerda Sales reforça que não se lembra se mandou marcar uma consulta no caso das gémeas luso-brasileiras e recorda que, pelo meio, houve uma pandemia. O antigo secretário de Estado diz-se disponível para prestar todos os esclarecimentos às autoridades, mas precisa de documentos para avivar a memória.
Primeiro, Lacerda Sales defendeu que ""nenhum secretário de Estado, nem ninguém, tem poder para marcar consultas". Depois, admitiu que não lembra se mandou ou não marcar uma consulta no caso das gémeas luso-brasileiras. Agora, nos corredores da Assembleia da República, reforça a ideia.
"Quando digo que não me lembro é porque, genuinamente, não me lembro mesmo. Passaram quatro anos, com uma pandemia pelo meio, um tempo extremamente difícil. Portanto, quando digo que não me lembro é porque, genuinamente, não me lembro mesmo", atira.
O antigo secretário de Estado da Saúde lembra que há um inquérito a decorrer, pelo Ministério Público, e está disponível para prestar todos os esclarecimentos "em sede própria" e "perante o conhecimento dos factos".
Lacerda Sales já solicitou a documentação sobre o caso, visto que "precisa dos documentos e dos factos para responder a um conjunto de questões".
"Preciso de factos e preciso de documentos para poder ter acesso e para me tentar relembrar. É só isso que vos posso dizer", conclui, em declarações aos jornalistas.
Alegadamente, o nome do antigo governante aparece num documento a solicitar a marcação de uma consulta para as gémeas no Santa Maria, enviado pela antiga secretária de Lacerda Sales. A Iniciativa Liberal e o Chega queriam ouvir o antigo secretário de Estado, no Parlamento, mas o PS votou contra e chumbou os requerimentos.