António Costa ouviu durante mais de quatro horas os membros do órgão máximo do partido entre congressos.
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Apesar dos vários casos que marcam a maioria absoluta socialista, António Costa contou com mais uma comissão nacional pacífica e de incentivo ao trabalho do Governo. O caso Galamba não foi discutido e o debate só aqueceu com a discussão do adiamento do congresso, já que a oposição interna pretendia que se realizasse já em setembro.
Logo depois da intervenção inicial do primeiro-ministro, aberta à comunicação social, António Costa ouviu durante mais de quatro horas os membros da comissão nacional que, embora tenham reconhecido erros na governação, incentivaram o secretário-geral para que seja ele a resolver os problemas.
Relatos feitos à TSF confirmam que o caso com o ministro João Galamba e a intervenção dos serviços secretos ficaram fora da discussão e nem o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, António Mendonça Mendes, que tem assento na comissão nacional, apareceu na reunião socialista.
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No final das quase cinco horas de trabalhos, o presidente do PS, Carlos César, também desvalorizou o caso que tem colocado João Galamba e António Mendonça Mendes no centro da polémica.
"O SIS fez o que entendeu fazer. Para mim é suficiente. E viro essa página e começo a ler a página daquilo que é preciso fazer para que os portugueses, para que as empresas portuguesas, para que as famílias portuguesas tenham melhores condições. E nisso nós estamos a ganhar, estamos a ganhar na economia, estamos a ganhar nos apoios sociais, a oposição que só está a ganhar no enredo", atirou.
E, na opinião de Carlos César, já nem o PSD está preocupado com essa discussão, "porque já percebeu que não pode dissimular os sucessos do Governo".
"Não têm vontade de continuar com essa lengalenga, mas agora vão inventar outra. Já se sabe que é assim", acrescentou.
No entanto, questionado se João Galamba tem condições para continuar no Governo, dada a aparente contradição com a versão do primeiro-ministro sobre quem o aconselhou a chamar os serviços secretos, Carlos César diz apenas que "tem estado distante desse caso".
"Conhecem a minha opinião pessoal e a minha opinião pessoal é que os Governos devem ter o maior número possível de bons governantes e é só", sintetizou.
Também o ajuste do calendário é benéfico para António Costa que, em condições normais, continuará como secretário-geral até bem perto do final da legislatura. Ao que tudo indica, a sucessão a António Costa será apenas no primeiro trimestre de 2026, nos últimos meses do atual Governo.
O próximo congresso, inicialmente indicado para setembro, fica marcado para o início do próximo ano: na data indicativa de 15, 16 e 17 de março.