Costa lembra maioria absoluta e avisa: "Respeitem e não compliquem a vida dos portugueses"
António Costa arrancou o discurso com um aviso para a oposição, mas também para o Presidente da República que tem o poder da dissolução.
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António Costa deu o pontapé de saída na reunião da comissão nacional do PS com uma intervenção antes do debate que vai decorrer à porta fechada e, numa mensagem para a oposição, lembrou que, em janeiro de 2022, os portugueses deram uma maioria absoluta ao PS para "resolver uma grave e efetiva crise política" e, nesta altura, os políticos "não devem complicar a vida dos portugueses".
"Ainda no ano passado, os portugueses resolveram uma grave e efetiva crise política que o senhor Presidente da República chamou os portugueses a resolver. Foram chamados, e resolveram essa crise política. Agora, aquilo que compete aos políticos é respeitarem aquilo que os portugueses resolveram e não complicar a vida dos portugueses", disse.
A mensagem, logo no arranque da reunião socialista, antecedeu o que a António Costa definiu como "as três preocupações", como o aumento dos preços, que "não distraíram o Governo". O emprego "está em máximos históricos" e existe um "crescente investimento empresarial" que contribui para os bons resultados da economia.
O primeiro-ministro, sem gravata, com a farda de secretário-geral partidário, admite que "tem sido um ano bastante intenso", mas "é preciso prosseguir". E, depois de na última comissão nacional, em janeiro, ter garantido que o Governo ia avançar com um pacote para a habitação nos próximos meses, deixa agora mais duas reformas em curso: combater a seca e fortalecer o Serviço Nacional de Saúde.
A começar pela seca, António Costa destaca a execução do programa nacional de regadio, que já tem 24% dos projetos concluídos e "13% em vias de entrar em obra". Além disso, existem "outras medidas estruturais", como "o plano de eficiência hídrica do Algarve, que será "replicado em Trás-os-Montes no Alentejo, no Tejo e também na região de Viseu".
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Reforma no SNS para "fazer chegar bons resultados da economia" aos portugueses
No que toca ao SNS, Costa defende que "melhorar o SNS é também uma forma de fazer chegar os bons resultados da economia à vida do dia a dia dos portugueses", no que parece uma resposta à oposição, mas também a Marcelo Rebelo de Sousa, que se tem queixado que os bons resultados da economia ainda não chegaram ao bolso dos portugueses.
O regime de dedicação plena nos cuidados de saúdes primários é uma das prioridades, mas também a generalização, "até ao final de 2023, a todas as unidades de saúde familiares, do modelo de unidade de saúde familiar tipo B". Assim, permite-se "uma valorização dos vencimentos e das carreiras e um aumento de serviços prestados aos doentes".
À espera de António Costa, junto ao Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, estava um grupo de professores, com cerca de 20 elementos. Os professores continuam a marcar greves por todo o país e, por isso, António Costa passou em revista o que considera uma evolução nas carreiras dos professores.
" Qualquer professor que complete 1095 dias de trabalho precário tem direito a ficar com contrato definitivo com o Estado e assim vamos combatendo a precariedade entre a classe docente", atirou, lembrando também que vai haver um concurso para a vinculação de milhares de professores já no próximo ano letivo.
O PS convocou a comissão nacional para analisar a situação política, em mais um momento de tensão com o Governo socialista: a intervenção do SIS na recuperação do computador do antigo adjunto de João Galamba.
Notícia atualizada às 17h30