Em cima da mesa está também o adiamento do congresso do PS para o início do próximo ano.
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Com bons resultados na economia, mas com as polémicas a marcarem os últimos meses da governação socialista, o PS reúne a comissão nacional, no Porto, para "analisar a situação política" e "outros assuntos de organização interna", ou seja, é intenção da direção socialista adiar o congresso para o início de 2024.
António Costa vai falar aos socialistas às 14h30, na abertura dos trabalhos, e o órgão máximo entre congressos será ainda palco de discussão da atualidade, com a oposição interna a prometer levar a debate os casos que têm marcado a maioria absoluta socialista.
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De resto, um dos protagonistas das últimas semanas, o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, António Mendonça Mendes, tem assento na comissão nacional por ser presidente da federação distrital socialista de Setúbal.
Em cima da mesa está também o adiamento do congresso do partido para o início do próximo ano, apesar de os dois anos do mandato de António Costa terminarem no final de agosto. O partido quer ajustar o calendário interno às eleições nacionais, atirando para o início de 2026 a corrida à sucessão de António Costa, na reta final da atual legislatura.
No entanto, dentro do partido, há quem seja contra esta solução. O líder da pequena oposição interna a António Costa, Daniel Adrião, defende que "os mandatos eletivos estão definidos nos estatutos e têm a duração de dois anos", pelo que "os congressos não podem ser marcados em função de dar jeito ou não dar jeito às direções do partido".
Daniel Adrião e outros membros da comissão nacional defendem que o congresso deve ser marcado para as primeiras semanas de setembro e é essa posição que vão assumir perante António Costa.
A última vez que António Costa reuniu a comissão nacional foi a 14 de janeiro, na primeira reunião sem Pedro Nuno Santos, depois da saída do Governo do antigo ministro da Habitação e das Infraestruturas que se demitiu também do secretariado nacional, e num tempo marcado por várias demissões no Executivo socialista.
Na altura, o primeiro-ministro pediu "mais exigência" na escolha de governantes e autarcas: "Exige-nos que em cada momento sejamos muito exigentes connosco próprios, porque nunca devemos esquecer todos aqueles que devemos honrar e devemos respeitar".