O antigo ministro das Finanças Eduardo Catroga, em declarações à TSF, diz que concorda com a crítica do Presidente da República e que os «masoquistas», de quem fala Cavaco, são típicos.
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Eduardo Catroga acha que estas críticas a que se refere o Presidente da República são um bom exemplo de uma discussão bizantina, tipicamente portuguesa.
«Nós temos tendência a ver sempre o copo meio vazio. Estamos na zona de risco e parece que queremos caminhar para o precipício. Penso que é nesse campo que têm que ser interpretadas as palavras do Presidente da República, disse à TSF o último ministro das Finanças dos governos de Cavaco Silva e um dos negociadores, em nome do PSD, do memorando com a troika.
O gestor compreende as palavras de Cavaco Silva e considera que o presidente tem razão ao utilizar a palavra «masoquista».
«Como muitos analistas e políticos não querem tomar medidas, já dão esse facto potencial como inevitável. Porquê? Porque não querem defender as medidas que são necessárias para evitar cairmos nessa situação», sublinha Catroga.
«Se o país não tiver juízo e se o país não souber criar um consenso político alargado. E era fundamental que os três partidos que assinaram o memorando da troika respondessem positivamente ao apelo do Presidente da República para o ntal acordo a médio prazo para garantir o financiamento normal da economia portugues e a sustentabilidade da dívida portuguesa», defende.
Questionado pela TSF sobre a possibilidade de um segundo resgate, Eduardo Catroga afirma que há «condições para evitar, para termos uma convalescência assistida, no âmbito de um programa cautelar específico a cordar com a União Europeia e o Banco Central Europeu».