"Não pode haver exceções para nenhum país," a Grécia tem que "cumprir as regras", diz Cavaco Silva, sublinhando que Portugal "gostaria fortemente" que a Grécia continuasse na zona euro.
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Cavaco Silva é incisivo: "Há procedimentos que todos têm que seguir e não podem ser abertas exceções para nenhum país".
A pergunta, feita no final do encontro com o presidente búlgaro, tinha a ver com mais um falhanço nas negociações entre a Grécia e os credores.
"Portugal gostaria fortemente que a Grécia continuasse a pertencer à zona do euro e tem ainda esperança que se alcancem negociações que permitam que os gregos continuem a usar o euro", diz o Presidente da República, fazendo, no entanto uma ressalva: "Num espaço tão integrado, com uma moeda única e uma única política cambial, há regras que não podem deixar de ser respeitadas".
Por isso, o recado do Presidente português para o Governo de Tsipras, acreditando que "é provável que depois destes meses de contacto com a troika e com os dirigentes políticos dos outros países, a Grécia esteja mais consciente da realidade que não pode ignorar".
Cavaco diz esperar que, no final deste mês, quando termina o segundo programa de resgate, seja alcançada uma decisão. Caso contrário, diz, há um "problema extremamente sério".
No entanto, o Presidente acredita que Portugal está em condições de reagir bem se as coisas correrem mal: "Portugal está muito mais bem preparado hoje do que há 12 ou 18 meses para enfrentar qualquer desaire que ocorra num outro país da zona do euro, porque o mesmo acontece na UE no seu conjunto"
O chefe de Estado, que está a realizar uma visita oficial à Bulgária, sublinha que foram criados "instrumentos de apoio aos Estados em dificuldades", foram "reforçadas regras de supervisão" e o Banco Central Europeu (BCE) está preparado para "intervir para garantir a estabilidade da moeda única".