Numa conversa informal com os jornalistas a bordo do avião que o transportou esta tarde para Sófia, o chefe de Estado, foi confrontado com as críticas ao cariz partidário do seu discurso na sessão solene do 10 de Junho.
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Cavaco Silva chuta para canto. Não mostra preocupação com os ataques de que foi alvo na sequência do discurso que fez no 10 de junho. "Não participo em jogadas de natureza político-partidária, cedo zero a pressões, venham da direita, da esquerda, do centro ou das costas", disse aos jornalistas durante o voo de ligação entre Lisboa e Sófia, capital da Bulgária, onde começa esta segunda-feira uma visita oficial, seguindo depois para a Roménia.
O Presidente da República foi criticado por toda a esquerda por ter feito no 10 de junho, em Lamego, um discurso onde destacava o seu otimismo e confiança no futuro.
O PS, pela voz do líder da bancada, Ferro Rodrigues, acusou-o mesmo de ter "passado uma esponja sobre o passado recente" e o deputado António Filipe, que representou o PCP nas comemorações oficiais, dizia-se "profundamente chocado" por Cavaco Silva se ter "colado" ao discurso do Governo.
Nada que apoquente o chefe de Estado, que desvalorizou os comentários que foram feitos: "Depois de ter ganho quatro eleições com mais de 50%, o meu ego está no máximo, não preciso de mais nada".