O líder da CGTP considerou que Cavaco Silva tornou-se o «chefe do Governo» com o discurso que fez no 25 de Abril. Por seu lado, o líder da UGT entende que este discurso não encontra eco entre os que mais sofrem.
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O secretário-geral da CGTP considerou, esta quinta-feira, que o Presidente da República tornou-se o «chefe do Governo» com o discurso que fez no 25 de Abril.
Presente no desfile do 25 de Abril, Arménio Carlos sublinhou que Cavaco Silva «assumiu publicamente aquilo que já sabíamos há muito tempo: ele sempre teve partido e tomou partido».
Para o líder da CGTP, Cavaco não pode ser considerado o Presidente de todos os portugueses, uma vez que «passou a ser um Presidente que defende um Governo que não é o Governo da esmagadora maioria dos portugueses».
«Este não é um Governo de iniciativa presidencial, é presidido pelo Presidente da República», sublinhou Arménio Carlos.
Por seu lado, o líder da UGT, que lembrou o «mais de milhão de desempregados em Portugal», entende que o discurso feito por Cavaco Silva «não encontra eco entre os que mais sofrem».
Carlos Silva disse ter «preocupado» com a «aula de economia» dada por Cavaco neste discurso, onde «sancionou as políticas do Governo».
O secretário-geral da UGT disse ainda que Cavaco fez uma «análise relativamente cáustica em relação à posição europeia e relação à forma como a troika se tem posicionado em relação às políticas de austeridade, que está provado que estão completamente falhadas».
Por seu lado, Ana Avoila, da Frente Comum, acusou Cavaco Silva de «hipocrisia profunda, uma vez que sabe que o povo português tem estado a ser explorado drasticamente, a empobrecer e a perder direitos» e que vive «num país a cair no abismo».
Esta sindicalista recordou o panorama português com «famílias inteiras desempregadas, crianças que têm abandonado a escola, outros trabalhadores que não têm acesso à saúde porque não têm dinheiro, gente nas ruas a engrossar os sem-abrigo e a prostituição a subir porque as mulheres não têm emprego».