CDS critica "enorme infelicidade" do Presidente e "comunicação desastrosa" do Governo
Telmo Correia criticou a irredutibilidade das afirmações de Marcelo Rebelo de Sousa, bem como o "'ping pong' que se seguiu entre PR e primeiro-ministro do tipo 'quem manda sou eu, quem manda és tu'".
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O CDS-PP criticou esta sexta-feira as declarações do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, quando disse que no que depender dele não haverá "volta atrás" no desconfinamento, considerando-as de "uma enorme infelicidade", lamentando também a "comunicação desastrosa" do Governo.
"Se a frase do senhor Presidente da República segundo a qual 'não há volta atrás' é, no mínimo, de uma enorme infelicidade, porque contraditória com tudo o que tinha sido dito antes, o 'ping pong' que se seguiu entre PR e primeiro-ministro do tipo 'quem manda sou eu, quem manda és tu' foi absurdo. Digo-o nos mesmos termos em que no passado critiquei o excesso de 'Dupond e Dupont' entre ambos", criticou Telmo Correia.
O líder da bancada centrista falava no arranque da interpelação ao Governo requerida pelo CDS-PP, no Parlamento, sobre a gestão da Covid-19 pós-estado de emergência.
Os centristas arrancaram o debate com um conjunto de perguntas ao Executivo, sobre dados de internamento nos hospitais por região, o calendário de testagem nas escolas, dados "concretos" sobre surtos nas escolas e sobre medidas adotadas atualmente nos transportes públicos.
"São perguntas concretas que queremos ver respondidas nesta interpelação. Isto numa altura em que, mais uma vez, ficámos com a sensação que um conjunto de mensagens erradas e uma comunicação desastrosa terão tido influência direta nos resultados com que estamos a ser confrontados", criticou.
"O Governo falhou no pós-emergência, a culpa não é dos portugueses, mas sim da ausência de planeamento, de regras claras e da capacidade de as fazer cumprir. Se queremos evitar um retrocesso maior é isso mesmo que é preciso mudar", rematou.
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