Certificados de aforro: BE acusa o Governo de agir "nas costas do país em benefício dos bancos"
Para Pedro Filipe Soares, permitir a subscrição de certificados de aforro nos bancos "é uma rendição total do Governo à banca".
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O Bloco de Esquerda acusa o Governo de fazer teatro e ceder à banca ao autorizar a subscrição de certificados de aforro nos bancos, além dos aos CTT e Espaços do Cidadão.
Em declarações à TSF, líder parlamentar do partido, Pedro Filipe Soares, lamenta a decisão que, diz, representa "uma vitória aos bancos" e "uma rendição total do Governo à banca, em prejuízo das pessoas em prejuízo do país".
Com o alargamento da rede de venda dos certificados de aforro, este produto de poupança deixa de ser de ser "uma forma de pressão" para os bancos "melhorem as ofertas que fazem aos clientes em termos de poupança".
Isto porque "dá aos bancos a abertura de uma nova linha de negócio, algo que eles durante anos quiseram e que durante anos o Governo não tinha aceitado, exatamente para separar o que era a poupança promovida pelo Estado da poupança feita em termos comerciais pelos bancos", nota.
Para o Bloco de Esquerda, o Governo mentiu aos portugueses, agindo nas "nas costas do país em benefício dos bancos".
Tudo não passou de uma cena de "teatro", condena Pedro Filipe Soares: ao mesmo tempo que sugeria à banca que aumentasse as taxas de juro, o Executivo já estaria a negociar com o setor esta decisão.
"Todo este processo não se faz de um dia para outro. Não se diz à sexta que na segunda-feira passa a ser possível nos bancos a abrir também certificados de aforro", nota.
"Na verdade, estávamos por parte do Governo perante um teatro, porque ao mesmo tempo que tinha estas palavras genéricas de apelo à banca para ter um outro papel, estava a negociar com a banca uma nova linha de negócio."
São "mais lucros para os bancos, neste caso à custa do Estado", condena. "Isso estava provavelmente como contrapartida também".
O alargamento da rede de venda dos certificados de aforro já tinha sido defendido e é agora concretizado através do diploma que suspendeu a comercialização dos certificados da série E e criou a série F, com uma taxa de juro mais reduzida.