Os líderes da CGTP e UGT estiveram ontem à noite no centro de recolha de lixo dos Olivais, em Lisboa. «Vai ser uma grande greve», disse Arménio Carlos, «convergência é isto», concluiu Carlos Silva.
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O secretário-geral da CGTP acusou o primeiro-ministro de estar a governar «para destruir o emprego e aumentar o desemprego» e sublinhou que a greve geral «visa manter o direito ao trabalho e ao trabalho com direitos».
Sobre as expectativas para a greve geral, Arménio Carlos disse que todas as informações que têm são boas e que tudo indica que «vai ser uma grande greve geral».
«Esta greve geral, além de ser um direito dos trabalhadores, pretende ainda mostrar ao Governo que não tem condições para continuar e sobretudo para exigir uma mudança política e a possibilidade de os portugueses exprimirem a sua opinião através do voto e nomeadamente através de eleições», disse.
Arménio Carlos falava esta quarta-feira à noite aos jornalistas no Centro de Resíduos Sólidos da Câmara Municipal de Lisboa, onde se foi encontrar com os trabalhadores municipais que iniciaram a greve, para se solidarizar com a luta destes.
No mesmo local e à mesma hora esteve Carlos Silva. O secretário-geral da UGT disse que a conjuntura em Portugal exige que todos se juntem às centrais sindicais na greve geral, «num coro de protesto e de rejeição pelas políticas de austeridade que todos estão a sofrer».
«A greve é um direito constitucional de quem trabalha, mas o momento que vivemos é acima de tudo um momento que exige que reformados e pensionistas, desempregados, precários, estudantes todos os homens e mulheres dop nosso país se juntem a nós num coro de protesto e de rejeição pelas políticas de austeridade que estamos a viver e a sofrer», declarou.
Questionado sobre as declarações do primeiro-ministro, que disse ser necessário «menos greves e mais trabalho», Carlos Silva respondeu: «O tempo da escravatura já lá vai».
O dirigente sindical acrescentou que «existem discursos de alguns governantes que não são adequados nem se compaginam com a democracia que se vive há 40 anos».
«Eu acho que o senhor primeiro-ministro, acima de tudo, deve perceber que esse discurso era um discurso anterior ao 25 de abril e que rejeitamos em absoluto», concluiu.