Chega pede a Marcelo que explique ao Parlamento quando soube da atuação do SIS
Partido avisa que há risco de se construir uma "teia de mentiras" e lamenta que, até agora, se fale em "parábolas".
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O Chega enviou um ofício ao Presidente da República para que este envie uma mensagem à Assembleia da República a explicar quando soube que os serviços secretos atuaram na recuperação do computador de Frederico Pinheiro.
O PS chumbou a audição de Marcelo Rebelo de Sousa na Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão política da TAP, mas o partido liderado por André Ventura pede agora, ainda que por escrito, que o Presidente da República o faça de livre vontade.
Em declarações aos jornalistas, o líder partidário avisou que "se continuamos a falar por parábolas, não nos vamos entender" e há risco de a "teia de mentiras" aumentar.
"Se continuamos a dizer que basta fazer 1+1 ou 2-1 ou 3+5, ou se continuamos a dizer que é fácil perceber quem foi, ou se continuamos a dizer que tudo a seu tempo, a teia de mentiras aumenta e reforça a necessidade que este parlamento poderá sentir de uma investigação autónoma à atuação do serviço de informações", assinalou o chefe de Estado.
Assim, avisou Ventura, este é "o último pedido" feito ao Presidente da República no sentido de que este último, "mesmo fora os mecanismos parlamentares da TAP, mecanismos parlamentares da comissão de inquérito, decida voluntariamente" explicar ao Parlamento "os contornos" do caso.
O Chega espera agora "ter resposta positiva" de Marcelo para "evitar que outros mecanismos parlamentares tenham de ser desenvolvidos numa área tão sensível como os serviços de informações".
O Presidente da República afirmou esta quarta-feira que teve contactos com "uma só entidade oficial" sobre a intervenção do SIS na recuperação de um computador levado do Ministério das Infraestruturas, e considerou fácil deduzir quem foi.
O chefe de Estado reiterou que foi em 29 de abril - dia em que o ministro das Infraestruturas, João Galamba, falou publicamente do assunto em conferência de imprensa - que teve "o primeiro contacto oficial" sobre a intervenção do Serviço de Informações de Segurança (SIS) após os incidentes na noite de 26 de abril no Ministério das Infraestruturas.
O Presidente da República referiu-se a esse "primeiro contacto oficial" de 29 de abril e logo depois ao contacto revelado pelo primeiro-ministro entre os dois depois da atuação do SIS, realçando que António Costa esclareceu no parlamento que nessa conversa "não tinha falado do SIS".