"Começam a faltar argumentos." Sindicato da Aviação Civil pede "posição séria" do Governo em relação à TAP
Presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil lamenta à TSF a falta de transparência em torno da saída de Alexandra Reis.
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O presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil, Ricardo Penarróias, considera que começa a ser cada vez mais difícil manter a atual administração da TAP, lamenta que o pagamento de uma indemnização milionária a Alexandra Reis e vê este episódio como mais um que não dignifica a empresa.
"Parece-me que começam a faltar argumentos ao Governo para não tomar uma posição mais séria em relação à administração da TAP. Aquilo que foi exigido aos trabalhadores do grupo TAP foi um enorme sacrifício, temos de ter todos consciência disso. Aquilo que se pediu aos contribuintes foi um sacrifício para ajudar na sobrevivência da companhia, mas aquilo que todos esperam, sejam contribuintes ou trabalhadores do grupo TAP, é que haja profissionalismo da gestão. Uma gestão competente e transparente porque foi aquilo que nos prometeram. É urgente que haja uma resposta, uma clarificação", explicou à TSF Ricardo Penarróias.
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O responsável lamenta a falta de transparência em torno da saída de Alexandra Reis.
"A questão da mudança de sede, a frota e a entrada de diretores para novos cargos que ainda não sabemos muito bem quais são e para que efeitos A saída de administradores com indemnizações faraónicas é mais um episódio, mais um polémica que não dignifica a companhia e a empresa, que está sempre envolta em pouca transparência. É algo que entristece os contribuintes e a opinião pública", acrescentou o presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil.
A secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, recebeu uma indemnização no valor de 500 mil euros por sair antecipadamente do cargo de administradora executiva da companhia aérea portuguesa, quando ainda tinha de cumprir funções durante dois anos. Meses depois, foi nomeada pelo Governo para a presidência da Navegação Aérea de Portugal (NAV).
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O caso, noticiado no passado sábado pelo Correio da Manhã, mereceu críticas de toda a oposição e levou os ministros das Finanças e das Infraestrutura e Habitação e pedir à administração da TAP "informações sobre o enquadramento jurídico do acordo" celebrado com Alexandra Reis, incluindo a indemnização paga.
Numa declarações escrita enviada à agência Lusa, Alexandra Reis disse que nunca aceitou, e que devolveria "de imediato" caso lhe tivesse sido paga, qualquer quantia que acreditasse não estar no "estrito cumprimento da lei" na sua saída da TAP.
A governante explicou ainda que o acordo de cessação de funções "como administradora das empresas do universo TAP" e a revogação do seu "contrato de trabalho com a TAP S.A., ambas solicitadas pela companhia, bem como a sua comunicação pública, foi acordado entre as equipas jurídicas de ambas as partes, mandatadas para garantirem a adoção das melhores práticas e o estrito cumprimento de todos os preceitos legais".
Contudo, na informação enviada na altura à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a TAP comunicou que tinha sido Alexandra Reis a renunciar ao cargo.