Primeiro-ministro entregou medalha de honra ao mérito desportivo à judoca Telma Monteiro. Questionado pelos ataques de José Sócrates, António Costa mantém o tabu: "São os bons exemplos que devemos ter presentes".
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O tema é manifestamente incómodo e António Costa continua a fugir dele. Depois das críticas de "canalhice" e de "cobardia moral" apontadas por José Sócrates à direção do PS, o primeiro-ministro remete-se ao silêncio sobre o caso, mas deixando escapar o facto de o dia ser para falar de "bons exemplos".
Com Fernando Medina ao lado (e que esta semana foi uma das mais críticas vozes socialistas do antigo primeiro-ministro), António Costa foi questionado sobre se queria responder a Sócrates. A resposta foi clara: "Não".
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Mas se é nos detalhes que está o diabo, a escolha de palavras de António Costa também não deixa de levantar outras interpretações. "Hoje estamos a falar de Telma Monteiro, é o que conta, são os bons exemplos que devemos ter presentes, que devemos seguir e nos devem guiar, foi a Telma Monteiro e o judo português que me trouxeram aqui e é sobre eles que quero falar", nota o primeiro-ministro.
Fuga para a frente do primeiro-ministro que sobre Telma Monteiro só tem palavras de apreço: "O judo cresceu coletivamente e, como sempre acontece nisto, há sempre alguém que é uma estrela que guia os outros todos, neste caso é a Telma Monteiro que é um exemplo extraordinário em Portugal, na Europa e no Mundo".
Já a judoca diz-se "muito honrada" não só com a medalha que conquistou, mas também pela distinção do governo português. Na cerimónia oficial, a atleta promete "lutar para honrar ao máximo" a bandeira portuguesa. "O título de ontem, como todos, são vossos também", afirmou Telma Monteiro dirigindo-se a todos os portugueses.