Críticas à "arrogância" de Costa e promessa de ganhar europeias a fechar a Universidade de Verão do PSD
"Os papéis do PS não chegam à realidade" e é "preciso acordar Portugal para a falta de competência" do Governo, defende Luís Montenegro, terminando o seu discurso com a certeza de que o PSD é capaz de formar um executivo com "mais competência e mais resultados".
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"Portugal precisa de um sobressalto cívico" foi uma das ideias defendidas este domingo pelo presidente do PSD. No discurso de encerramento da Universidade de Verão do partido, Luís Montenegro, reforçou o poder dos jovens no desenvolvimento e futuro do país e criticou o Governo de António Costa: "Não somos uma oposição de barulho."
Montenegro começou por destacar, em Castelo de Vide, a "alma do evento" e a posição do PSD como "um partido aberto a todos os que estão disponíveis para discutir o futuro do país". Antes de avançar para as críticas, o social-democrata sublinhou ainda o trabalho de Durão Barroso: "quis que se pudesse dizer a Portugal que não renegamos a nossa história (...) e transmitir o apreço pelo que representou enquanto líder político."
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Assumindo-se como uma "oposição exigente, fiscalizadora, mas que também dá mais igualdade e futuro a Portugal", Luís Montenegro afirmou que ficou claro, na edição deste ano da Universidade de Verão, que o foco do PSD é ser "uma alternativa do Partido Socialista", cujos "papéis não chegam à realidade".
"Nós precisamos em Portugal de um sobressalto cívico, político, partidário, institucional para fazer olhar e construir um país, uma economia e uma sociedade que retenha o talento que nós temos", defendeu, acrescentando que os sociais-democratas "são uma oposição causas, de projetos e de futuro".
"É imoral. Não podemos aceitar"
Luís Montenegro prosseguiu a sua intervenção com críticas ao Governo de Costa, nomeadamente sobre a crise na habitação, considerado "imoral" os preços das rendas dos alojamentos em Portugal, assim como existirem jovens a deixarem de ingressar no ensino superior por falta de recursos para pagar um quarto: "Não podemos aceitar."
"O Presidente da República vetou em nome dos portugueses. O maior partido de oposição não ficou a fazer flores com o veto e com o repúdio que este programa tem na sociedade em geral, disponibilizou-se. E qual foi a resposta do PS? Vamos confirmar no Parlamento aquilo que o Presidente da República vetou", disse.
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Para o líder do PSD, a atitude dos socialistas revela "arrogância", mas "o pior é mesmo não querer construir, mas sim perder o futuro", defendeu.
Por outro lado, o presidente do PSD voltou a reforçar a ideia de querer baixar a carga fiscal em Portugal, afirmando que se a proposta do partido não for aceite, "António Costa e o PS estão simplesmente a castigar ainda mais a classe média portuguesa".
"Estamos aqui para ganhar as próximas eleições europeias"
Se Montenegro já tinha feito referência a Durão Barroso, no final da sua intervenção voltou a fazê-lo, mas desta vez para responder ao repto deixado no sábado pelo antigo presidente social-democrata sobre a importância de vencer as europeias do próximo ano para voltar à governação.
"Durão Barroso também disse e muito bem que o próximo grande desafio são as eleições europeias. Sim, estamos aqui para ganhar as próximas eleições europeias", afirmou.
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O líder do PSD frisou que o PSD quer vencer essas eleições, pelos seus candidatos e projetos, mas também "em contraponto com os outros" partidos: "Estes oito anos valeram a pena? Qual foi a evolução de Portugal? (...) Tivemos dois anos de pandemia a que se seguiram dois anos de pandemónio."
Montenegro lembrou as 13 demissões no Governo e imaginou o que se diria na comunicação social se ele próprio tivesse tido apenas três demissões na direção do PSD.
"É preciso acordar Portugal para a falta de competência de liderança de António Costa como primeiro-ministro. Nós estamos a dar provas de que somos capazes de liderar um Governo com mais competência e mais resultados do que o PS", concluiu.
A Universidade de Verão, uma iniciativa de formação de jovens quadros que cumpre 20 anos, funciona tradicionalmente como uma segunda 'rentrée' do partido - depois da Festa do Pontal, a meio de agosto -, mais perto do reinício da atividade política e parlamentar depois das férias.