O antigo ministro da Educação considera, em entrevista à TSF, que é preciso ter em conta a evolução das escolas e também das condicionantes sociais dos alunos.
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«Há escolas que têm excelentes resultados, mas nós sabemos também que os melhores resultados veem muitas vezes dos melhores alunos e os melhores alunos muitas vezes têm um sustentáculo social, cultural, proveniente de casa e de outros contextos, que favorece os melhores resultados», analisa David Justino.
O antigo ministro da Educação e presidente do Conselho Nacional de Educação sublinha, por isso, que não é possível «ignorar que há uma condicionante social dos resultados escolares» que está refletida nos rankings de avaliação das escolas.
No entanto, defende, esta condicionante social não explica tudo. «Há muitas escolas privadas que têm maus resultados tal como há escolas públicas que têm muito bons resultados. O que não podemos comparar, por exemplo, é uma escola pública com 1000 ou 1200 alunos com uma escola privada cque tem 50 alunos».
David Justinoconsidera que é preciso «olhar para além dos rankings mas sobretudo não ignorar aquilo que os rankings revelam. Se nós quiseremos perceber o que uma escola tem ou não evoluído, o posicionamento de uma escola relativamente às restantes, a forma como ela progride, independentemente de estar ou no topo do ranking ou na base, acho que é informação da qual não podemos prescindir».
O antigo ministro da Educação é da opinião que «as melhores escolas são aquelas que melhoram. Os rankings são um indicador e como indicador têm limitações. Não se pode dizer que não representa tudo, mas também não se pode dizer que não representa nada». O mais preocupante, continua, é o facto de não existir «sempre o mesmo padrão de avaliação de ano para ano».