Demissão no Governo. "O problema não é de um Capitão, o problema é do general"
Para Rodrigo Saraiva, as culpas no caso que levou à demissão de Marco Capitão Ferreira são do primeiro-ministro.
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A Iniciativa Liberal considera que o secretário de Estado da Defesa que pediu a demissão esta sexta-feira está a tentar uma 'fuga para a frente' antes de ter de prestar explicações ao Parlamento para prestar esclarecimentos sobre um contrato assinado com a Direção-geral de Recursos da Defesa, antes de assumir funções no executivo.
Para o líder parlamentar liberal, Rodrigo Saraiva, as culpas no caso que leva a esta nova demissão do Governo não são de Marco Capitão Ferreira mas sim do primeiro-ministro.
"O problema aqui não é de um Capitão, o problema aqui é do general", ironiza. "O problema é de António Costa, que não aprende nem se arrepende."
"O que isto vem demonstrar é uma das características pelas quais nós apresentámos uma moção de censura ao Governo: é incapaz, incompetente e instável. E este é mais um episódio daquilo que é a instabilidade que grassa no Governo", condena Rodrigo Saraiva.
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"Nós queremos, como portugueses que somos, independentemente de termos discordâncias com o atual Governo, um governo tenha estabilidade para governar, para tentar resolver aquilo que são os problemas e os desafios dos portugueses do dia a dia. Este Governo, por isso, culpa própria de instabilidade, não tem capacidade para sequer tentar resolver os problemas dos portugueses. É um governo que não tem condições para estar em missões de funções."
Em junho, a Iniciativa Liberal já tinha questionado o Ministério da Defesa sobre se Marco Capitão Ferreira tinha acumulado estas funções com o cargo que assumiu na empresa EMPORDEF em abril desse ano, questionando se teria sido violado o estatuto do gestor público.
Rodrigo Saraiva defende que o secretário de Estado e também o próprio ministro João Gomes Cravinho, não tinham, sequer, condições para ter entrado no Governo.
"Houve o episódio da questão do Hospital Militar de Belém e a derrapagem de dinheiro dos contribuintes que levou a um relatório que o ministro Gomes Cravinho ocultou - uma série de episódios. Depois houve a questão da teia de corrupção no âmbito da Direção-Geral de Recursos da Defesa que envolviam o nome de Alberto Coelho que, sabemos hoje em dia, depois de ter saído e ser ter sido demitido de diretor geral foi nomeado para a EMPORDEF. E quem é que sugeriu a João Gomes Cravinho o nome de Alberto Coelho? Marco Capitão Ferreira. Tudo isto eram razões pelas quais nós achávamos que estas duas personalidades do atual elenco governativo não deveriam ter estado no Governo."
A Iniciativa Liberal considera ainda que é preciso ficar claro porque é que o governante apresenta agora a demissão, depois de ter sido defendido pela ministra da Defesa.