PSD acusa Costa de "dualidade de critérios" por aceitar demissão de Marco Capitão Ferreira
Carlos Eduardo Reis diz que António Costa só aceitou a demissão do secretário de Estado porque não lhe causa "problemas".
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A demissão do secretário de Estado da Defesa Nacional, Marco Capitão Ferreira, não surpreende o PSD. "Esta era uma situação previsível", considera o deputado Carlos Eduardo Reis em declarações à TSF, face às sucessivas polémicas.
Esta sexta-feira, o Expresso noticia que o secretário de Estado admitiu Miguel Fernandes, ex-administrador do Alfeite, para assessor da administração da holding da Defesa, IdD - Portugal Defence, mas o gestor nunca foi visto a exercer funções nesse local.
"Quando [Marco Capitão Ferreira ] geriu a IdD nunca teve um desempenho satisfatório (...) e depois temos estas questões ligadas a estas nomeações, estes estudos ao Alfeite, enfim, que configuram aqui um tipo de gestão pouco transparente", condena Carlos Eduardo Reis.
O primeiro-ministro já apresentou ao Presidente da República a proposta de exoneração do secretário de Estado da Defesa Nacional, a pedido do próprio. Para o deputado do PSD, António Costa não está a ser coerente.
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"É muito mais fácil aceitar a demissão do secretário de Estado da Defesa do que a colocar João Galamba, ministro das infraestruturas, fora do Governo. E essa é a única a cria mais problemas ao senhor primeiro-ministro."
"Esta é a única leitura que posso fazer em relação a essa dualidade de critérios na aceitação da demissão, embora os casos sejam, naturalmente diferentes", ressalva o social-democrata.
Em declarações aos jornalistas no Parlamento, o deputado Jorge Paulo Oliveira, defendeu que Marco Capitão Ferreira deve ir ao Parlamento na próxima semana, como está previsto, sustentando que "seria do interesse do próprio" e do Governo dar explicações e que a "circunstância da demissão não dispensa o escrutínio de todos os atos que estão sob suspeita".
O coordenador do grupo parlamentar social-democrata na Comissão de Defesa Nacional disse também que "não dispensa" explicações da ministra da Defesa, Helena Carreiras, caso a audição do secretário de Estado não aconteça ou se os sociais-democratas não ficarem satisfeitos com as explicações, bem como pedir explicações a "outros ex-membros do Governo se se impuser para a obtenção da verdade".