"Não ajuda em nada." Sargentos "preocupados" com demissão de Marco Capitão Ferreira
O presidente da Associação Nacional de Sargentos refere que a demissão do secretário de Estado da Defesa Nacional pode levar a atrasos em "muitos dos processos que poderiam estar a ser discutidos".
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O presidente da Associação Nacional de Sargentos, Lima Coelho, está preocupado com as eventuais consequências que podem surgir com a demissão do secretário de Estado da Defesa Nacional, Marco Capitão Ferreira.
"Independentemente da situação que possa ter levado a este pedido de exoneração, aquilo que nos preocupa é tudo o que isto significa, não só de mais confusão na área da defesa, quando tantas coisas importantes estão por resolver relativamente às condições do pessoal e às inúmeras alterações que carecem urgentemente de ser feitas para trazer mais atratividade às Forças Armadas", defende Lima Coelho.
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Para o presidente da Associação Nacional de Sargentos, estas situações "não ajudam em nada" e, "lamentavelmente, muitos dos processos que poderiam estar a ser discutidos vão sofrer mais atrasos".
"Isto é uma prática que já vimos noutros tempos e que, infelizmente, levam ao protelar e ao adiar de situações que carecem de resolução. Esperamos e desejamos que a situação se resolva o quanto antes e que tudo isto não seja motivo para justificar mais atrasos em situações que carecem de resolução rápida", sublinha.
O primeiro-ministro apresentou ao Presidente da República a proposta de exoneração do secretário de Estado da Defesa Nacional, a pedido do próprio.
Marco Capitão Ferreira desempenhava as funções de secretário de Estado da Defesa desde o início do atual Governo socialista de maioria absoluta.
Esta sexta-feira, o Expresso noticia que o secretário de Estado admitiu Miguel Fernandes, ex-administrador do Alfeite, para assessor da administração da 'holding' da Defesa, IdD - Portugal Defence, mas o gestor nunca foi visto a exercer funções nesse local.
Na quarta-feira, o Parlamento aprovou a audição de Estado Marco Capitão Ferreira para prestar esclarecimentos sobre um contrato assinado com a Direção-Geral de Recursos da Defesa, antes de assumir funções no executivo.
Em causa está um contrato de assessoria assinado em 25 de março de 2019 entre Marco Capitão Ferreira e a Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN), à data liderada por Alberto Coelho - um dos envolvidos na operação judicial 'Tempestade Perfeita' - com uma vigência de 60 dias e no valor de 50 mil euros mais IVA.