Demissões no S. João devem-se à falta de modernização na gestão, diz Correia de Campos
Este antigo ministro da Saúde entende que a situação no S. João é semelhante à de outros hospitais, onde os gestores intermédios ficaram sem nada para gerir.
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O socialista Correia de Campos entende que as demissões no Centro Hospitalar de S. João, no Porto, se devem à falta de modernização da gestão do hospital.
Este ex-ministro da Saúde disse que os cortes do Governo deixaram os gestores intermédios sem nada para gerir e defendeu que o atual Executivo já devia ter avançado com reformas no setor há dois ou três anos.
«Não apenas o S. João, mas todos vão ter as mesmas razões de queixa. É uma situação que precisa de ser urgentemente solucionada», adiantou.
Correia de Campos lembra que os gestores intermédios ficaram sem poder «alterar os limites da sua intervenção», não podendo mexer no pessoal, nos recursos financeiros e nas instalações.
«O que podem fazer? É exercer psicoterapia sobre os colegas que trabalham sob as suas ordens? Pedir que sejam muito bonzinhos e que sejam muito proficientes? Nem podem pagar melhor aos que desempenham melhor», explicou.
Este antigo ministro socialista entende ainda que o Governo não tem condições para continuar as reformas e que esta está «em gestão do quotidiano».
Com uma situação complicada nos hospitais, nas universidades, na Segurança Social e nos outros setores e ministérios, «se o Governo não tem horizonte para governar que se demita e que provoque eleições antecipadas».