O PS garante que o ministro do Ambiente falou verdade no Parlamento quando disse que o assunto ainda estava a ser analisado e afirma que houve um " funcionário demasiado diligente".
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Luís Graça, deputado do PS eleito pelo Algarve, defende o Governo. "É preciso percebermos que a Administração Pública tem algumas pessoas que, apesar de não irem a votos, têm agendas próprias e eu julgo que houve um funcionário demasiado diligente", afirma o deputado. Ou seja, o PS aponta o dedo ao presidente da Sociedade Polis Ria Formosa.
Mas o deputado Paulo Sá do PCP quer ir mais longe e exige explicações de Matos Fernandes. "Como é que o ministro que tutela a Sociedade Polis Ria Formosa diz que nada está decidido e começam a ser mandadas notificações? Quem é que decide mandar essas notificações?", questiona.
O timing pode não ter sido escolhido pelo ministro mas de qualquer forma foi sempre essa a intenção do Governo: demolir 81 casas nos núcleos do Farol e dos Hangares.
O deputado socialista argumenta que é muito menos do que o anterior governo PSD se propunha fazer, que era demolir tudo. Defende esta solução argumentando que mesmo na ilha dos 30 metros (zona considerada inundável pela lei da água), se existirem casas de primeira habitação e de pescadores essas pessoas serão realojadas.
No entanto, as casas que estão previsto ir abaixo no Farol e nos Hangares situam-se na sua grande maioria na zona da ria, ou seja na zona de menor perigo.
O PS argumenta que tal como nestes núcleos, também na praia de Faro onde foram demolidas casas durante o executivo PSD/ CDS.
Os pescadores serão realojados na zona onde se situa agora o Parque de Campismo.
Nestas demolições, o governo PS terá que contar com a contestação PCP. "Não podem contar connosco para fazer demolições na Ria Formosa e se o Governo avançar com essa intenção estaremos ao lado das populações", garante o deputado comunista.