Depressão Aline. Lisboa vai ativar Centro de Coordenação Operacional Municipal
A autarquia alerta para "o período crítico de aviso laranja de precipitação e vento no período compreendido entre as 06h00 e as 18h00" de quinta-feira, "podendo esta situação ainda agravar-se".
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A Câmara de Lisboa informou esta quarta-feira que vai ativar o Centro de Coordenação Operacional Municipal, para reforçar medidas de coordenação tendo em conta os vários avisos para os riscos de mau tempo na cidade.
Em comunicado, a autarquia salientou que "nos próximos dias as condições meteorológicas na área de Lisboa vão estar condicionadas por uma depressão localizada a norte, que poderá originar vento com rajadas de cerca de 100 quilómetros/hora e também precipitação forte e abundante em Lisboa".
De acordo com a nota, foram emitidos vários avisos pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) para 18 a 20 de outubro, "com destaque para o período crítico de aviso laranja de precipitação e vento no período compreendido entre as 06h00 e as 18h00" de quinta-feira, "podendo esta situação ainda agravar-se".
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Para responder a este cenário, a Câmara de Lisboa "vai ativar o seu Centro de Coordenação Operacional Municipal, que funcionará em Monsanto", reunindo todos os agentes de proteção civil - RSB (Regimento Sapadores Bombeiros), bombeiros voluntários e autoridades policiais -, bem como os serviços operacionais municipais - higiene urbana, saneamento, manutenção do espaço público, espaços verdes - "para a mais pronta e articulada resposta à cidade, tendo a sua capacidade reforçada ao máximo".
A autarquia alertou na nota que a ocorrência de precipitação e vento poderá provocar "inundações rápidas, por acumulação de águas pluviais ou insuficiências dos sistemas de drenagem", "inundação por transbordo de linhas de água nas zonas historicamente mais vulneráveis" e alagamento "de estruturas urbanas subterrâneas com deficiências de drenagem".
"Dificuldades de drenagem em sistemas urbanos, nomeadamente as verificadas em períodos de preia-mar, podendo causar inundações nos locais historicamente mais vulneráveis", "fenómenos geomorfológicos causados por instabilização de vertentes associados à saturação dos solos", "piso rodoviário escorregadio e eventual formação de lençóis de água" são também apontados na nota.
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O objetivo é garantir uma resposta pronta a eventuais necessidades, o que, até agora, não foi preciso, destaca a diretora do serviço Municipal da Proteção Civil, Margarida Castro Martins. No entanto, todos os serviços mobilizados mantêm-se em estado de prontidão.
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"O reforço da capacidade do regimento sapadores de bombeiros, também o reforço dos bombeiros voluntários da cidade - que vão trabalhar em conjunto - da polícia municipal, que a partir das 23h00 de hoje [quarta-feira], estará pré-posicionada numa série de locais historicamente inundáveis e, portanto, já identificamos alguns túneis e algumas zonas das freguesias de Alcântara e outras freguesias", afirma, que justifica o reforço com o facto de ser "sempre imprevisível o impacto destes fenómenos".
"Para já, ainda não há vias cortadas. Há, sim, elementos da polícia municipal quase em pré-posicionamento para cortes de vias, assim que se justificar e se se vier a justificar esse corte durante esta madrugada e esta noite", esclarece.
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A diretora assegura ainda "que a cidade está tranquila", sendo que a partir das 06h00 toda a capacidade de meios do município e da Proteção Civil será "reforçada".
No documento, a autarquia presidida pelo social-democrata Carlos Moedas alerta ainda para "danos em estruturas montadas ou suspensas", "arrastamento de mobiliário urbano e contentores de higiene urbana" e "queda de ramos ou árvores, bem como de afetação de infraestruturas associadas às redes de comunicações e energia".
A câmara recomendou à população que, "sempre que possível, adote comportamentos preventivos, minimizando a circulação na via pública e não se colocando em risco, ajudando desta forma as forças de socorro e segurança".
Nesse sentido, solicitou que a população "avalie a necessidade de cada deslocação e de circulação na via pública", "adote uma condução defensiva, reduzindo a velocidade e tendo especial cuidado com a possível formação de 'lençóis de água' nas vias rodoviárias", "não atravesse zonas inundadas" e "tenha especial cuidado na circulação e permanência junto de áreas arborizadas e na frente ribeirinha".
A autarquia aconselhou também a não se praticar "atividades relacionadas com o rio, nomeadamente pesca desportiva, desportos náuticos e passeios à beira-mar, evitando ainda o estacionamento de veículos muito próximos da zona ribeirinha", que se "garanta a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas pluviais" e "adequada fixação de estruturas soltas, nomeadamente andaimes, 'placards' e outras estruturas suspensas".
Na nota recomendou-se ainda que se "acautele a reposição de coberturas de edifícios em obras", "limpe e desobstrua ralos e canais de drenagem de quintais, varandas, caves e garagens", "reveja os sistemas de bombagem" e se "limpe algerozes e caleiras".
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) informou que a depressão Aline "irá atravessar o Atlântico em fase de cavamento, aproximando-se da região centro da costa ocidental de Portugal na manhã do dia 19, em deslocamento rápido para leste e transportando uma massa de ar muito quente, húmido e instável".
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) recomendou hoje aos cidadãos que evitem deslocações desnecessárias na quinta-feira devido à previsão de chuva e vento forte, consequência da passagem da depressão Aline pelo continente.
O segundo comandante da ANEPC, Miguel Cruz, disse que o nível de prontidão do dispositivo vai subir de amarelo para laranja, o segundo mais elevado, a partir das 00h00 de quinta-feira.
A proteção civil alertou que, para hoje, está previsto que a chuva comece no norte e centro e que na quinta-feira se alastre a todo território continental.