Deputados do Chega escoltados pela PSP após serem contestados em manifestação pela habitação
Manifestantes entoaram "fascistas não passarão" quando os parlamentares tentavam integrar o grupo.
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Os deputados do Chega Filipe Melo, Rui Paulo Sousa e Jorge Galveias foram escoltados por agentes da Polícia de Segurança Pública após a sua presença na manifestação pela habitação desta tarde ter sido contestada por manifestantes.
"Fascistas não passarão", ouviu-se no local quando os três deputados tentaram, perto das 15h00, integrar o protesto que arrancou da Alameda D. Afonso Henriques.
Os parlamentares acabaram por ser rodeados e retirados, alameda acima, por mais de dez agentes que formaram um círculo em seu redor enquanto alguns manifestantes tentavam chegar aos deputados.
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"Decidimos abandonar a manifestação a pedido das forças de segurança e respeitando o trabalho que estão a fazer, porque caso contrário não o faríamos", justificou Filipe Melo.
Os manifestantes apuparam os deputados e gritaram para que fossem embora, tendo alguns atirado salpicos de água aos três parlamentares do Chega.
Já longe do local, o deputado defendeu que, apesar de Portugal ser um país democrático, "só é democrático para alguns".
"Vergonha deve sentir quem nos agrediu, quem nos insultou, quem nos disse de tudo e do pior que se pode dizer", lamentou o deputado, atirando que algumas das pessoas estavam ali "só com o propósito de agredir e insultar".
Filipe Melo agradeceu também a "rápida intervenção dos agentes da PSP", atirando que o sucedido "podia ter sido muito pior".
"Infelizmente, é esta a democracia que estas pessoas tanto apregoam? É que se é isto a democracia, então estamos na democracia errada. Todos têm o direito de se manifestar, seja de esquerda, seja de centro, seja de direita, nós compreendemos as reivindicações deles todos, associamo-nos a essas reivindicações, a essas manifestações, estamos solidários com elas. Agora, não podemos é compactuar com agressões e insultos", afirmou.
Questionado sobre soluções do partido para o problema do acesso à habitação, o deputado fez referência a uma proposta apresentada pelo Chega que visa "aproveitar os lucros extraordinários da banca para ajudar quem mais necessita, quem tem crédito à habitação e tem dificuldade em pagar", posicionando-se contra o programa "Mais Habitação", apresentado pelo Governo.
Também o deputado Rui Paulo Sousa condenou os protestos dos manifestantes contra o Chega: "Estamos num país livre, se eles acham que somos fascistas é um problema que é deles", disse.
Os deputados não voltaram à manifestação.