Deputados obrigados a renunciar? Montenegro justifica critérios com "questões de transparência"
Luís Montenegro considera que "não faz sentido" que uma pessoa assuma uma certa posição durante a sua candidatura e, depois, ao longo do mandato, perda essa "identidade".
Corpo do artigo
O líder do PSD, Luís Montenegro, assegurou esta segunda-feira que o partido não impõe "renúncias a ninguém", após terem sido conhecidos os critérios que os candidatos a deputados para a Assembleia da República precisam de cumprir para integrarem as listas das próximas legislativas, apontando que o que está em causa "são questões de transparência".
"O que nós impomos são critérios de escolha de candidaturas, nos quais integramos critérios de natureza política. Nós queremos é que os candidatos a deputados do PSD tenham - obviamente - um compromisso com o nosso programa político e com a forma como o estamos a executar", explicou Luís Montenegro, em declarações aos jornalistas, em Lisboa.
TSF\audio\2023\12\noticias\04\luis_montenegro
Em causa está uma notícia do JN, que avança que os candidatos a deputados do PSD terão de suspender mandato se forem indiciados e renunciar se divergirem de forma "persistente" das orientações gerais do grupo parlamentar.
Confrontado pelos jornalistas sobre estes factos, Montenegro aponta que "não faz sentido" que uma pessoa assuma certa posição durante a sua candidatura e, depois, ao longo do mandato, perda essa "identidade".
"Não fará sentido que uma pessoa, aquando a sua candidatura, assuma uma convergência de propósitos, uma identidade com o projeto político e, depois, no decurso do mandato, perdendo toda essa identidade, continue ainda assim a utilizar o mandato em sentido contrário àquele que esteve na sua génese", considera.
Luís Montenegro assegura que "não é preciso criar alarido à volta disso" e sublinha que o que está em causa "são questões de transparência".
"Nós somos muito transparentes. Nós queremos que os nossos candidatos a deputados sintam total liberdade no exercício do mandato, mas atendendo ao compromisso político que vamos estabelecer com os cidadãos e esse não é pessoal, é coletivo, é o nosso partido, a nossa candidatura, que vão assumir com os eleitores um conjunto de compromissos que devem ser respeitados", aponta.