Rede trouxe três centenas de trabalhadores sul-americanos para a Europa, onde os colocava a trabalhar em obras, construção civil e em fábricas de componentes espalhadas pelo continente.
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Foi desmantelada esta segunda-feira, em Barcelos, uma rede internacional de auxílio à imigração ilegal que angariava mão de obra estrangeira ilegal em países da América do Sul e praticava também crimes de falsificação de documentos, falsidade informática e branqueamento.
A operação conjunta do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e Polícia Judiciária (PJ) chama-se "Ephemero", levou ainda à detenção de cinco portugueses e ao cumprimento de 16 mandados judiciais a residências e empresas em Portugal e em França.
A rede terá trazido para Portugal e outros países do espaço Schengen - em especial Espanha e França - 300 trabalhadores sul-americanos para os empenhar em "obras públicas, obras de construção civil e fábricas de componentes de construção dispersas pelo Espaço Comunitário Europeu".
Estes trabalhadores eram trazidos "em circunstâncias de especial vulnerabilidade" e era-lhes prometido acesso a mecanismos para regularizarem a sua situação legal.
"Representam um avultado somatório de contribuições fiscais e sociais não declaradas, imposição de taxas e custos por equipamento, transporte e legalização documental", lê-se num comunicado do SEF emitido ao início desta tarde.
O grupo disfarçava as atividades com uma rede de empresas de fachada registadas em Portugal e França e tinha várias contas bancárias em nome de testas de ferro.
Nesta operação, em que participaram 90 inspetores do SEF e dez da PJ, foram ainda apreendidos "telemóveis, material informático, documentos relacionados com as empresas, documentos de identificação, viaturas de alta cilindrada, bens de luxo e mais de meio milhão de euros em numerário".