Alguns dirigentes socialistas dizem que o avanço de António Costa para uma recandidatura à câmara de Lisboa e para a liderança do partido, já confirmada pela TSF, «é uma coisa nunca vista» no PS.
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A direção do PS entende que a hipótese de António Costa se candidatar a secretário-geral do partido e à presidência da câmara de Lisboa representa uma «deslealdade».
À entrada para a reunião da Comissão Política socialista, o porta-voz do partido confirmou que António José Seguro é o «secretário-geral do PS, é o meu candidato e o próximo secretário-geral».
«Isto é tudo uma coisa nunca vista. O partido estava a preparar a sua proposta política e a mobilizar-se para as autárquicas e foi confrontado com uma deslealdade nunca vista no partido», adiantou João Ribeiro.
Para este dirigente socialista, este tipo de situações eram muito comuns no PSD, «mas não há registo histórico no PS de uma deslealdade desta natureza».
«Estamos aqui hoje para dar força ao secretário-geral que quer clarificar e nós apoiamos o secretário-geral», concluiu.
Opinião semelhante tem Miguel Laranjeiro que entende que esta situação é de uma «deslealdade muito grande para com a direção e sobretudo para com o secretário-geral».
«No processo autárquico, há milhares de socialistas que estão sem dar notícia e estão a dar o seu melhor em nome do PS e esses militantes merecem o nosso respeito e de todos os dirigentes do PS», explicou.
Já Álvaro Beleza recordou que António José Seguro «é o líder político mais popular em Portugal e parece que há quem queira discutir a liderança do partido».
Este socialista, que diz que tal situação nunca ocorreu no PS, lembrou ainda que a «fraternidade», um dos valores dos socialistas, «está pouco lembrada por alguns».
Por seu lado, Pedro Nuno Santos defendeu que «neste momento já não estamos a discutir datas, mas neste momento a escolha tem de ser quem é o melhor para liderar o partido, ganhar eleições e para ganhar o país».
José Junqueiro apelou à clarificação dentro do partido e considerou que «esta candidatura robustece António José Seguro» e Manuel Seabra defendeu que o PS «vivifica-se com o aparecimento de alternativas qualificadas».
Fonte próxima do autarca de Lisboa disse à TSF que se António José Seguro mantiver a vontade de acelerar os prazos internos de diretas seguidas de congresso eletivo, António Costa avançará para a recandidatura à câmara e para a liderança socialista.
Ainda de acordo com esta fonte, o anúncio de António Costa neste sentido deverá surgir durante a reunião da Comissão Política socialista desta terça-feira caso António José Seguro exija uma clarificação interna no partido.