Discurso de Pedro Nuno Santos mostra que "partido está unido em torno do líder"
O politólogo José Adelino Maltez defende que os próximos discursos do secretário-geral do PS vão "depender muito daquilo que forem as propostas da Aliança Democrática".
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Numa análise ao discurso de Pedro Nuno Santos no encerramento do Congresso do PS, o politólogo José Adelino Maltez considera que mostra que o "partido está unido em torno do líder" e que o novo secretário-geral se antecipou ao que vier a ser anunciado pela Aliança Democrática.
"O Pedro Nuno Santos vai depender muito daquilo que forem as propostas da AD. Ainda hoje ouvia o líder da AD a tirar algumas propostas que tinham sido originariamente do PS. Não podem apresentar os dois a mesma coisa. Esse é um dos elementos que identifica o PS, mas mais irão surgir, naturalmente. Ainda não estamos em tempo de medidas bandeira, a iniciativa dessas vai caber à AD", explicou à TSF José Adelino Maltez, também professor catedrático de Ciência Política do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.
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O 24.º Congresso do PS foi marcado pela unidade em torno de Pedro Nuno Santos, com apelos à mobilização do partido para "ir à luta" nas legislativas e críticas ao Presidente da República e à justiça. Além disso, o secretário-geral do PS propôs aumentar o salário mínimo para pelo menos mil euros até ao final da próxima legislatura, em 2028, e rever o acordo de rendimentos negociado em concertação social.
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O secretário-geral socialista destacou que "uma das preocupações dos portugueses está no baixo nível dos seus salários", salientando que "o país avançou muito nos últimos oito anos, mas temos consciência de que há muito para fazer".
Sobre as pensões, Pedro Nuno Santos assegurou que o PS vai "cumprir a lei que regula a sua atualização, garantindo uma subida mínima para as pensões mais baixas", e considerou que, "ao contrário do PSD", o PS confia no sistema público de pensões.
Pedro Nuno Santos indicou que, quando a inflação for "igual ou inferior" a 2%, a atualização das rendas se vai manter igual à de hoje, mas, se for superior a esse valor, "terá de ter em linha de conta a capacidade de as pessoas as pagarem, capacidade essa que é medida pela evolução dos salários".