Do "cardápio" de promessas ao "crédito eleitoral". Os recados de Medina à oposição
O ministro das Finanças aproveitou a apresentação do OE2024 para deixar algumas mensagens aos partidos da oposição que o têm tido como alvo.
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Se Fernando Medina esteve, esta terça-feira, no Salão Nobre do Ministério das Finanças, para apresentar o Orçamento do Estado preparado pelo Governo socialista para 2024, certo é que aproveitou a ocasião para fazer mais do que isso. Além de falar aos portugueses, o ministro fez questão também de falar à oposição, deixando acusações de eleitoralismo àqueles que o criticam.
Fernando Medina apontou a quem "promete mundos e fundos" como "se não houvesse dia de amanhã". Esses, defendeu, têm de ver adjetivada "a demagogia da sua posição" e a "irresponsabilidade, se alguma vez assumissem funções de Governo, para executar uma política como aquela". "Sei bem onde nos levariam", atirou.
Para o detentor da pasta das Finanças, dar resposta "a todo o tipo de reivindicações e solicitações" e reduzir impostos "de todos os tipos" traria, rapidamente, a Portugal dificuldades "nos mercados financeiros internacionais".
Fernando Medina recusou estar a prejudicar as famílias, com o Orçamento do Estado que apresenta para 2024, sublinhando que este é um "orçamento responsável" que "não se pode confundir com aqueles que na praça pública propõem medidas de milhares de milhões como se não houvesse limite".
Comparando os contrastes entre as propostas do Governo e as dos outros partidos, Medina assinala que a do Executivo dirige-se "exclusivamente às classes médias" do país e não "aos que recebem mais rendimentos ou têm rendimentos mais altos". Além disto, alega o governante, surge a par de outros instrumentos sociais de apoio a rendimentos mais baixos "que não se encontram noutras propostas".
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"Enquadra-se num orçamento responsável" e "não numa lista, num cardápio que simplesmente promete tudo a todos e a cada dia da semana acrescentar mais um a quem se dá qualquer coisa", defendeu o ministro. "É muito diferente de quem anda a prometer dar tudo a todos à medida que há qualquer reivindicação ou pretensão e que se faz simplesmente demagogia com isso."
Questionado sobre a abertura do Governo para negociar, no Parlamento, com os outros partidos, o Orçamento do Estado para 2024, durante a fase de discussão na especialidade, Fernando Medina garantiu que existe essa abertura, mas deixou uma ressalva. Reconhecendo que existem partidos "que querem contribuir ativamente para soluções", o ministro das Finanças alegou que há outros que estão apenas interessados em "ganhar crédito eleitoral".
"Não é nada que nos deva fazer perder muito tempo", concluiu.
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