Do IUC aos apoios na agricultura. CCP, CAP e CIP explicam preocupações com OE2024
O Orçamento do Estado para 2024 esteve em discussão no Fórum TSF esta terça-feira de manhã.
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O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, insiste no incentivo ao investimento e na redução da carga fiscal no Orçamento do Estado para 2024, mas carrega no aviso para o que pode ser uma dor de cabeça para o setor.
"O IUC vai ser uma dor de cabeça para toda a gente, nomeadamente em relação aos empresários. Normalmente os empresários de pequena e média dimensão têm carros antigos, ou seja, não trocam de carros de quatro em quatro ou de cinco em cinco anos. Têm carrinhas, pequenas camionetas e essas vão sofrer. Aí, se não houver de facto uma limitação, alguns podem ter crescimentos de 500% e 600%, o que é mau tendo em conta o tipo de empresas onde isso sucede", lembrou no Fórum TSF João Vieira Lopes.
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Do lado dos agricultores, o secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Luís Mira, chamou a atenção para a grande quantidade de taxas que o setor já paga e considera ainda que é preciso cumprir, de facto, as medidas orçamentadas.
"Mais importante do que o Orçamento é a capacidade de utilizar esse Orçamento e isso no setor agrícola tem sido um desastre porque há verbas por pagar. Os apoios da seca, por exemplo, ainda nem sequer abriram as candidaturas. Já os espanhóis receberam o dinheiro e estamos no período de chuvas. Isto é só para dizer que é muito importante o Orçamento, mas a sua execução também é importante", explicou Luís Mira.
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Já o vice-presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), Óscar Gaspar, identifica alguns pontos positivos na proposta do Governo, mas também destacou outros aspetos que o preocupam.
"Era importante que houvesse as tais medidas de capitalização das empresas, era muito importante que houvesse um crédito fiscal para a competitividade de um emprego em que, de facto, houvesse um estímulo para as empresas, por um lado, reterem os lucros e reinvestirmos na própria empresa e também nos libertássemos daquela má imagem que passamos em termos internacionais, que é termos uma taxa de IRC que pode ir, nas diversas ramas, até aos 31,5%. Como Presidente da CIP referiu na semana passada numa intervenção pública, é como se em Portugal o Estado quisesse ser dono de 31,5% de todas as empresas portuguesas", acrescentou na TSF Óscar Gaspar.
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A votação do Orçamento na generalidade é esta terça-feira à tarde. PSD, Chega, Iniciativa Liberal, PCP e Bloco de Esquerda votam contra.