
Mario Draghi durante a sua presença num debate na comissão de Assuntos Económicos do Parlamento Europeu
Reuters
O presidente do Banco Central Europeu disse hoje concordar que é necessário encontrar formas de «mitigar» os efeitos do ajustamento em países como Portugal.
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Draghi disse que essa necessidade não pode comprometer os esforços de consolidação já realizados e que devem prosseguir.
Participando num debate na comissão de Assuntos Económicos do Parlamento Europeu, Mario Draghi respondia à eurodeputada socialista Elisa Ferreira, que perguntou ao líder do BCE se não concordava que deveriam ser melhorados os processos de ajustamento impostos a países como Portugal, «que seguiu à risca as recomendações da 'troika'», que o BCE integra, mas depara-se com níveis de recessão e desemprego acima do previsto.
Draghi respondeu que, de facto, a grande preocupação atualmente é contrariar os efeitos negativos dos processos de ajustamento, mas defendendo ser necessário que os Estados-membros prossigam a consolidação orçamental, «sobretudo aqueles com dívida muito elevada», já que quanto maior o desequilíbrio, «mais necessária é a consolidação».
Por isso, segundo Mario Draghi, importa encontrar uma forma de «mitigar os efeitos da consolidação orçamental, mas sem adiar o ajustamento».
Ainda em resposta a Elisa Ferreira, que voltou a pedir a palavra para perguntar ao presidente do BCE se não concorda que deve ser tida em conta a situação específica de cada país e o ambiente generalizado de recessão na Europa, Draghi sustentou que tal já é feito, pois os processos de consolidação «são feitos à medida de cada país», que «não há um modelo idêntico para todos», mas insistiu que não pode ser esquecida a vertente de combate ao desequilíbrio das contas públicas.