
António José Seguro
Trata-se de uma carta a formalizar um pedido que enunciou há dias, que a 7ª avaliação da troika seja uma avaliação política, feita por responsáveis políticos e não por técnicos como até aqui.
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Ao longo de três páginas, o líder socialista faz o diagnóstico de um país à beira de uma tragédia social e lança um apelo.
É tempo de parar para pensar. António José Seguro defende que a sétima avaliação do Memorando não pode ser um mero exercício de rotina, e que não basta calibrar uma ou outra medida e comprometer o país com novas medidas de austeridade.
A situação é grave, diz Seguro, e exige uma avaliação política aprofundada.
A poucos dias da 7ª avaliação, Seguro afirma que Governo e Troika têm a obrigação moral de olhar para a situação de Portugal e reconhecer que a receita falhou.
Seguro gasta boa parte da carta a fazer o diagnóstico da situação, fala de um retrato trágico, e lembra os recentes dados sobre o desemprego, a quebra das exportações, a forte desaceleração da economia, e o descontrolo do défice e da dívida.
O líder do PS conclui que o programa de ajustamento não atingiu nenhum desses objetivos principais, e que o problema é das políticas seguidas, e não dos compromissos assumidos por Portugal.
Por outro lado, afirma que os portugueses estão a fazer sacrifícios para lá dos limites, e que o país está à beira de uma tragédia social. Daí que seja altura de fazer uma avaliação política do processo de ajustamento, sem que isso implique, sublinha Seguro, colocar em causa as obrigações externas assumidas pelo estado português.
Essa avaliação, defende, deve passar pela vinda a Portugal de responsáveis políticos, com capacidade de decisão, da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do FMI.