"É triste que tenhamos chegado aqui." Ventura diz que demissão de Temido prova "fracasso da maioria absoluta"
André Ventura afirma que "é triste que tenhamos chegado até aqui", relembrando que o Chega foi o "único partido a pedir demissão" da antiga ministra da Saúde.
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André Ventura afirmou, esta terça-feira, que a demissão de Marta Temido era "uma situação absolutamente evitável, não fosse a degradação permanente e consecutiva dos serviços de saúde".
O líder do Chega relembrou que foi o seu partido "que apresentou uma moção de censura com o objetivo de demitir a ministra da Saúde" e foi "o único partido a votar essa moção favoravelmente".
"Uns viraram-nos as costas, outros brincaram, o Governo fingiu que não ouviu", defendeu. "Fomos os únicos a pedir a demissão da ministra."
"Os serviços continuaram a encerrar, as maternidades encerradas, demissões continuaram a suceder-se no país inteiro", afirmou Ventura, sublinhando que "só o Chega acreditou que este diria irIa chegar".
"A situação não melhorou, como disse o Governo. Piorou. Mais serviços continuaram encerrados e os portugueses continuaram sem acesso aos cuidados de saúde", sustentou.
"Foi preciso morrer um bebé e uma mulher grávida para que percebessem que a ministra já não tinha condições para continuar. É triste que tenhamos chegado aqui."
Ventura frisou que esta demissão "é o símbolo do fracasso e do desastre desta maioria absoluta".
Sobre o sucessor de Marta Temido, o líder do Chega defendeu que "quem quer que seja, tem que ter experiência na área da Saúde e fazer o contrário de Marta Temido e saber ouvir".
"O próximo ministro tem que ter capacidade de fazer uma reforma profunda no sistema de saúde, sem cegueira ideológica. Não deixem que a maioria absoluta se torne uma teimosia permanente", concluiu.
Marta Temido apresentou a demissão por entender que "deixou de ter condições" para exercer o cargo.
A demissão, já aceite pelo primeiro-ministro, foi noticiada de madrugada, mas esta terça-feira de manhã fonte oficial do gabinete de António Costa disse à Lusa que a substituição da ministra da Saúde "não será rápida", adiantando que o chefe do Governo gostaria que fosse esta governante a concluir o processo de definição da nova direção executiva do SNS.
Marta Temido iniciou funções como ministra da Saúde em outubro de 2018, sucedendo a Adalberto Campos Fernandes, e foi ministra durante os três últimos executivos, liderados pelo socialista António Costa.