Morte de grávida transferida em Lisboa? "Admito que tenha sido a gota de água"
Primeiro-ministro esclareceu a hora tardia do anúncio.
Corpo do artigo
António Costa admite que o caso da morte da grávida transferida do Hospital de Santa Maria para o Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, "tenha sido a gota de água" para Marta Temido.
"Ser membro do Governo é muito exigente e há pastas onde é particularmente desgastante o exercício dessas funções. Percebo que alguém estabeleça como linha vermelha a morte de pessoas em serviços que estão sob a sua tutela. Não estava a pensar que Marta Temido ia sair do Governo, mas percebo as razões", explicou Costa na primeira declaração após a demissão da ministra da Saúde, no pátio da residência oficial, em Lisboa.
TSF\audio\2022\08\noticias\30\pedro_cruz_comentario
O primeiro-ministro esclareceu também a hora tardia do anúncio.
"Foi a hora a que conseguimos falar, a hora a que consegui falar com o Presidente da República", afirmou.
Além disso, Costa expressou um "agradecimento muito profundo" pelo trabalho que Marta Temido desempenhou como ministra da Saúde e confessou que "desta vez" não se sentiu em condições para recusar o pedido de demissão.
"Não me senti em condições de não respeitar e não aceitar o pedido desta vez", respondeu aos jornalistas.
TSF\audio\2022\08\noticias\30\comentario_paulo_baldaia
A demissão da ministra da Saúde Marta Temido, anunciada esta terça-feira de madrugada, constitui a primeira baixa de peso no XXIII Governo Constitucional, que tomou posse há exatamente cinco meses, a 30 de março.
Marta Temido apresentou a demissão por entender que "deixou de ter condições" para exercer o cargo. A demissão, já aceite pelo primeiro-ministro, foi noticiada de madrugada, mas hoje de manhã fonte oficial do gabinete de António Costa disse à Lusa que a substituição da ministra da Saúde "não será rápida", adiantando que o chefe do Governo gostaria que fosse esta governante a concluir o processo de definição da nova direção executiva do SNS.
15124325
Marta Temido iniciou funções como ministra da Saúde em outubro de 2018, sucedendo a Adalberto Campos Fernandes, e foi ministra durante os três últimos três executivos, liderados pelo socialista António Costa.
Numa nota divulgada esta terça-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, assumiu que aguarda o pedido de exoneração da ministra da Saúde e a proposta de nomeação do seu substituto.