"É um dia sem aulas." Fenprof regista adesão de 90% à greve da Função Pública
Mário Nogueira aconselha o Ministério da Educação e o Governo a estarem "atentos a esta grande resposta", afirmando que a degradação dos serviços públicos põe "em causa a vida das pessoas".
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O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, estimou esta sexta-feira que a adesão dos professores à greve da Administração Pública ronde os 90%, afirmando que este "é um dia sem aulas".
Em declarações à CNN, Mário Nogueira conta que "só na parte da manhã" desta sexta-feira, a Fenprof conseguiu "encher tantas folhas de escolas encerradas e adesões muito elevadas tanto de funcionários, como professores".
Mário Nogueira, que está esta sexta-feira em Coimbra, conta que, "de cima a baixo, de norte a sul", a adesão à greve revelou resultados muito expressivos.
"É um dia sem aulas e adesão dos trabalhadores andará na ordem dos 90%", apontou, explicando que esta greve "significa um grande protesto dos trabalhadores da administração pública contra uma política infame que este Governo está a desenvolver".
"Eu digo infame porque ela é destrutiva e simultaneamente perversa: perversa, porque o Governo tantas vezes enche a boca, dizendo que defende os serviços públicos, no entanto, destrutiva, basta olhar para o Orçamento de Estado de 2024, para perceber o que é que estão a fazer à Administração Pública em Portugal", defende.
O líder da Fenprof sublinha, ainda, que a Administração Pública "está ao serviço de todos os portugueses" e é um setor que acompanha "a vida das pessoas, desde o início e até ao fim", defendendo, assim, que a degradação dos serviços públicos - "como está a acontecer atualmente" - significa "pôr em causa a vida das pessoas, pelo menos a vida estável".
"Como se costuma dizer, nós precisámos da Administração Pública desde o momento em que se nasce numa maternidade pública, até ao momento em que se morre num cemitério, passando pelo meio, na educação, saúde e registos em serviços vários", afirma.
É por esta razão que Mário Nogueira aconselha o Ministério da Educação e o Governo a estarem "atentos a esta grande resposta", nomeando o setor da educação e da saúde como "os mais fustigados".
"Mas eu diria que todo o Governo deve estar atento a esta grande greve", acrescenta, admitindo, ainda, que na saúde e na educação há maior visibilidade para a falta de trabalhadores.
"Nas outras áreas, nós queixámo-nos que às vezes demoramos muito tempo a obter determinado documento, pois, porque também lá faltam trabalhadores", explica.