Eleições/Madeira: «Dívida é um problema que está a ser resolvido», diz Miguel Albuquerque
A três dias das eleições, o modelo de pagamento da dívida é uma das questões que continua a separar social-democratas e a oposição. Miguel Albuquerque diz que a dívida é um problema que «será e está a ser resolvido» e o líder do PSD Madeira já deixou claro que vai mesmo cumprir o Programa de Ajustamento Económico e Financeiro (PAEF) que termina no final do ano.
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Enquanto as sondagens vão dando como certa a maioria absoluta para o PSD, na reta final de campanha, a oposição não desarma nas críticas a Miguel Albuquerque, que, questionado pelos jornalistas, numa arruada no centro do Funchal, sobre uma possível renegociação da dívida da região, acrescenta: «O plano de ajustamento económico e financeiro finaliza em dezembro de 2015 e, neste momento, houve uma redução da dívida comercial, que era 20% do PIB, substancial».
À esquerda, exigem-se outras soluções
Com uma dívida pública de cerca de 6 mil milhões de euros e um serviço da dívida anual superior a 300 milhões, Victor Freitas, líder da Coligação Mudança, diz que não há outro caminho e que é preciso renegociar: «Renegociar com a banca e com o estado. Em vez de pagar esses 300 milhões de euros, quero pagar menos de 150 milhões. Em vez de andar a pagar à pressa quero diluir isto no tempo».
O presidente do PS-Madeira não aceita o modelo proposto pelos social democratas que, pela voz de Miguel Albuquerque, já defenderam inclusive que, apesar do buraco orçamental, «a partir do ano 2020», a dívida da Madeira pode começar a ser reduzida para pouco mais de metade: «possa situar-se em 60% do Produto Interno Bruto (PIB)». Considerando mesmo, Miguel Albuquerque, um compromisso com o estado, que obrigue a Madeira a uma dívida pública que seja sempre inferior a 60% do PIB.
Números que não convencem Edgar Silva, cabeça de lista pela CDU, que garante, no entanto, que a dívida é para pagar: «Ao contrário de todos os outros, nós distinguimos o PAEF do pagamento da dívida. O PAEF é para rasgar, porque inviabiliza qualquer possibilidade de crescimento e desenvolvimento do povo destas ilhas», sublinhando que, em relação à dívida, «o serviço da dívida tem de ser profundamente repensado».
Pelo Bloco de Esquerda, Roberto Almada, candidato e coordenador regional, defende também defende a necessidade de «renegociação», mas não afasta a possibilidade de cancelar parte da dívida: «Nós precisamos de ter a solidariedade do estado, no sentido de negociarmos melhores condições de pagamento ou, no limite, o cancelamento de uma parte da dívida», lembrando que «já houve um primeiro-ministro em Portugal que cancelou uma parte da dívida da Madeira».
Roberto Almada frisa, no entanto, que esta solução seria para avançar apenas e só «se a negociação da divida não for suficiente» para garantir «o pagamento dos serviços públicos essenciais», defendendo ainda uma auditoria que permita, quer à oposição quer ao novo governo regional, apurar responsabilidades de eventuais erros da gestão de Alberto João Jardim.