O presidente do Conselho de Administração do IPO de Lisboa, João Oliveira, não adianta quantos pedidos foram entregues, mas revela que "algumas equipas de enfermagem" pediram escusa de responsabilidade.
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Com um défice de 413 profissionais, na maioria enfermeiros, o Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa não escapa ao movimento de escusa de responsabilidade. O presidente do Conselho de Administração, João Oliveira, adianta à TSF que já foram entregues pedidos nesse sentido, justificando que "há algumas equipas de enfermagem que têm receio de, às vezes, não corresponder da melhor forma às necessidades dos doentes". Contudo, João Oliveira garante que "isso não tem acontecido (...) Ninguém deixou de usar o melhor saber, o melhor esforço. Ninguém disse: vou deixar de trabalhar, vou deixar de fazer o melhor que sei".
Sem adiantar quantos enfermeiros pediram escusa de responsabilidade, João Oliveira desvaloriza a situação, lembrando que esta "iniciativa não é particular do IPO, tem havido um pouco por todos os hospitais e a partir do momento que alguns profissionais sabem que outros fizeram, eles também fazem".
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O certo é que além da crónica falta de profissionais, o IPO de Lisboa enfrenta cada vez mais dificuldades no atendimento dos doentes em ambulatório. João Oliveira já tinha alertado que sem a construção de um novo edifício, destinado ao ambulatório, o serviço estaria comprometido. No entanto, o projecto teve de ser alterado devido à remodelação da Praça de Espanha (onde ficará situado) e por isso, não estará concluído em 2023, como foi anunciado.
"Obviamente que não conseguimos construir um edifício com a dimensão e especialização de um edifício de ambulatório num ano. Gostaríamos de o ter para o centenário do IPO, que ocorre no ano que vem, mas isso será visivelmente impossível", adianta João Oliveira. Ainda assim, o presidente do Conselho de Administração espera que as autorizações necessárias sejam "céleres e que possamos, pelo menos, no centenário, dizer que estamos a lançar a construção", porque sublinha, a construção do novo edifício "não é um capricho. A actividade em ambulatório já se passa com muitas dificuldades e os nossos doentes sentem isso. Portanto, o novo edifício é absolutamente necessário".
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