Enfermeiros são "heróis", mas ainda têm de esperar por aumento salarial "miserável"
Guadalupe Simões condena o erro que deixa, para já, médicos e enfermeiros sem o aumento salarial prometido a toda a função pública.
Corpo do artigo
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses considera o aumento salarial a profissionais de saúde "miserável", mas condena o atraso "inaceitável".
Nos acertos salariais feitos esta semana aos funcionários públicos, que se iniciaram esta semana , médicos e enfermeiros ficaram de fora devido a um erro informático , justificou o ministério da Saúde.
"Não aceitamos que, principalmente nesta fase, um problema informático atire para mais um mês aquilo que são, ainda que miseráveis, os aumentos salariais que os enfermeiros e os médicos têm direto", disse em declarações TSF, Guadalupe Simões, da direção nacional do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.
Ainda que os aumentos sejam refletidos nos salários do próximo mês com efeitos retroativos, "tem tudo a ver com uma questão emotiva psicológica", ressalva.
"Estamos no meio de uma pandemia, todos os dias os enfermeiros, os médico e os profissionais de saúde são chamados de heróis por estarem na linha da frente", ironiza Guadalupe Simões.
Somando esta situação às dificuldades já sentidas, como a "imposição de uma carreira que não valoriza os enfermeiros" esta é "mais uma situação com não se compreende. É lamentável que tenha acontecido."
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses promete tornar público o seu "desagrado", junto da ministra da Saúde, do primeiro-ministro e da ministra da Administração Pública.
O Governo já tinha referido na sexta-feira que alguns dos aumentos ficariam para maio, e esta segunda-feira o jornal Público avançou que o adiamento contempla médicos e enfermeiros. O Ministério da Modernização e da Administração Pública frisava ainda que o problema não residia na falta de verbas, mas com dificuldades técnicas com que os serviços se têm confrontado.
12096308
A portaria que define o aumento geral de 0,3% de aumentos para a função pública e de dez euros para os salários até 700 euros foi publicada a 20 de março em Diário da República.