Manuel Alegre defendeu, este sábado, no congresso do PS, que uma solução de governo ou um entendimento à esquerda nunca poderá ser feito sem o PS.
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«Não repitam o erro de 1975, não queiram dispensar os socialistas, porque não há soluções de esquerda sem o PS ou contra o PS», disse, no discurso que proferiu no segundo dia do XVII Congresso Nacional do PS, que decorre em Matosinhos.
O ex-candidato à Presidência da República fez questão de sublinhar que as diferenças entre PS e PSD são mais do que aquelas que à primeira vista podem parecer.
«A nossa margem de autonomia é muito estreita, mas é por essa pequena margem que os socialistas, mesmo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), devem afirmar a sua diferença», defendeu.
PS e PSD diferem no Serviço Nacional de Saúde (SNS), na escola pública, na Segurança Social pública, nos direitos laborais, no conceito de justa causa e na Caixa Geral de Depósitos, exemplificou.
Alegre deixou ainda um recado interno ao defender que o PS precisa de ouvir e compreender a contestação que se ouve, dando o exemplo da "Geração à Rasca".
«Têm que saber ouvir porque os partidos existem para a sociedade não para si mesmos», reforçou.
Sublinhou ainda o seu apoio à liderança do PS, afirmando que será eventualmente com José Sócrates que o PSD terá de se entender e que os socialistas não poderão ir a reboque dos sociais-democratas.