O presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social disse hoje que o processo de aprovação da destituição da antiga direção de informação da RTP e nomeação da nova pode ser um processo mais lento do que o normal.
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Carlos Magno, em declarações aos jornalistas no final das audições dos indicados para diretor e diretor-adjunto de informação da RTP, (Paulo Ferreira e Miguel Barroso) e ainda de Vítor Gonçalves, que hoje confirmou ao regulador não se ter demitido, explicou que, por causa disso, o que seria resolvido nalgumas horas, «em circunstâncias normais», o processo será mais lento.
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) tem de dar parecer favorável e vinculativo não só à nomeação da nova direção de informação, mas também à destituição da anterior, o que se torna mais difícil na medida em que o regulador está reduzido a apenas três dos seus cinco membros normais: Raquel Alexandra encontra-se em licença de parto e Rui Gomes em férias, pelo que Carlos Magno, Alberto Arons de Carvalho e Luísa Roseira vão ter que ser capazes de alcançar unanimidade na decisão que vier a ser tomada, sem a qual o processo de nomeação e, sobretudo, de destituição, não poderá ser consumado.
Nuno Santos, o antigo diretor de Informação da estação pública apresentou a sua demissão, pelo que o problema, na perspetiva da ERC, se resolve com a carta de demissão do jornalista, que Carlos Magno anunciou na segunda-feira ter pedido ao conselho de administração da RTP.
O presidente da RTP vai estar hoje numa audição na comissão parlamentar para a Ética, a Cidadania e Comunicação, enquanto o ex-subdiretor de Informação Luís Castro vai ser ouvido pela ERC.
Ambas as audições acontecem no âmbito do caso do visionamento das imagens dos incidentes durante a manifestação de 14 de setembro pela PSP na sede da RTP, que levaram Nuno Santos a apresentar a demissão do cargo de diretor de Informação e a exoneração dos restantes membros da equipa.
O presidente da RTP, Alberto da Ponte, é ouvido ao final do dia no Parlamento, na sequência de um requerimento apresentado pelo Bloco de Esquerda, que pretende obter esclarecimentos sobre o assunto.
Luís Castro, que pediu para ser um dos primeiros a ser ouvido pela ERC, no âmbito do inquérito que a entidade reguladora vai abrir hoje sobre o caso, às 17:30 na sede da entidade. A comissão de trabalhadores da RTP será depois recebida pelo regulador por volta das 19:00.
Inicialmente, estava previsto que o ex-subdiretor fosse ouvido durante o final do dia de segunda-feira, mas o presidente da ERC, Carlos Magno, justificou o adiamento para hoje com a necessidade de cumprir todas as formalidades da abertura do inquérito.
Segundo o inquérito interno da RTP sobre o caso das imagens, Nuno Santos terá autorizado o seu visionamento, o que o ex-diretor de Informação nega.