"Estamos a trabalhar com o que temos." Jovens andarem a pé é aposta do Plano de Mobilidade da JMJ
O coordenador do Grupo de Projeto para a JMJ adianta que estão em curso conversações com os operadores e sindicatos para garantir que os trabalhadores dos transportes asseguram o serviço necessário. José Sá Fernandes avança também que o Plano de Saúde deverá ser conhecido dentro de um mês.
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O Plano de Mobilidade para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em agosto em Lisboa, vai apostar nas caminhadas, admitindo que os jovens façam a pé até 10 quilómetros por dia.
As caminhadas fazem parte da filosofia da JMJ, explicou, esta quarta-feira, numa conferência de imprensa o coordenador do Grupo de Projeto para a JMJ, José Sá Fernandes, acrescentando Isabel Pimenta, da empresa VTM, que está a preparar o plano, que "é positivo que os jovens façam grandes caminhadas a pé", deslocações que serão superiores ao normal.
"A importância da componente pedonal tem a ver com o tipo de evento" e com as restrições, "porque as capacidades são limitadas", disse Isabel Pimenta, explicando que o que está pensado é que as caminhadas "sejam razoáveis", daí o número dos 10 quilómetros.
Os dois responsáveis apresentaram o Plano de Mobilidade para a JMJ, depois de estarem já envolvidos, como disseram, todos os parceiros, desde os municípios à totalidade de operadores de transporte público, das dioceses de acolhimento aos gestores de infraestruturas rodoviárias e ferroviárias e forças de segurança.
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José Sá Fernandes e Isabel Pimenta falaram de como está a ser preparada a resposta em termos de transportes e salientaram a importância da mobilidade suave, de andar a pé, de bicicletas ou trotinetas, que também poderão ter restrições, consoante o programa da visita do Papa.
Sá Fernandes disse ainda que vai haver corredores específicos, porque o plano assenta em vários tipos de corredores, seja para transportes públicos, para peões ou apenas para o Papa. "Vai haver ruas fechadas e percursos pré-definidos para os caminhantes", disse.
Salientando sempre a magnitude da JMJ, que trará a Portugal o Papa Francisco e milhares de jovens peregrinos, de todo o mundo, José Sá Fernandes e Isabel Pimenta explicaram que o plano apresentado assenta num cenário de estarem em Lisboa, na primeira semana de agosto, 1,2 milhões de jovens.
Isabel Pimenta disse que esse é o "cenário base", mas que há muitas incertezas. O plano, explicou, pressupõe uma previsão de 400 mil inscritos e mais 800 mil pessoas não inscritas. Para já as intenções de inscrição ultrapassam o meio milhão, mas o valor real, disse, ainda não chegou à previsão de 400 mil.
O cenário de trabalho, explicou também a responsável, pressupõe que dos 1,2 milhões, 200 mil já estejam em Lisboa, que 500 mil usem os transportes públicos regulares, que 200 mil usem 4.000 autocarros e que de automóvel cheguem mais 120 mil pessoas.
O plano identifica percursos pedonais preferenciais entre terminais de transporte e os locais do evento. O transporte público é a "espinha dorsal" do evento, mas estão previstos mais 4.000 autocarros de reforço para essa semana, que irão ficar em parques ou usar locais para apenas tomarem ou largarem passageiros. Esses locais serão novos e só para essa semana mas não foram ainda identificados.
A JMJ é um evento da igreja católica, criado pelo Papa João Paulo II em 1985 e que reúne milhões de jovens de todo o mundo, a próxima em Lisboa de 1 a 6 de agosto.